O dever de fundamentação analítica no Processo Civil e as pontes com a teoria da argumentação jurídica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.24385

Palavras-chave:

Teoria do direito; Processo civil; Teoria da decisão judicial; Dever de fundamentação analítica; Teorias da argumentação jurídica.

Resumo

O presente trabalho é pautado na necessidade de investigação da importância das teorias da argumentação jurídica para a aplicação do dever de fundamentação analítica formado pelas normas regentes do Código de Processo Civil, dogmatizadas pela preocupação de se garantir racionalidade às decisões judiciais. Sendo assim, partindo de estudos e investigação bibliográfica, desenvolve a construção de discussão que abrange o conceito da sentença em nosso paradigma contemporâneo no Estado Democrático de Direito, preocupado com a tutela efetiva de direitos materiais, delimitando o papel de legitimação do Poder Judiciário. Ainda, aborda a formação de um dever de fundamentação analítica, com esteio no dever de colaboração, como metacritério de validade das razões justificativas da decisão judicial. Ao final, conclui pela importância das teorias da argumentação, situando que a identificação do contexto de justificação, delineado por seus estudiosos, têm contribuído para a dogmática, atendendo aos anseios de racionalidade dos argumentos e, em decorrência, critérios de controle e segurança jurídica.

Biografia do Autor

Maristela Aparecida Siqueira D Aviz, Universidade Paranaense

Mestranda em Direito Processual e Cidadania pela Universidade Paranaense-UNIPAR. Pós-graduada em Direito Público. Pós-graduanda em Filosofia Jurídica. Possui diversos cursos pela ENFAM, EMAP-PR e EJUD-PR. É coautora em coleção da Editora Juruá. Juíza de Direito do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.

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Publicado

01/01/2022

Como Citar

D AVIZ, M. A. S. .; MEDINA, J. M. G. . O dever de fundamentação analítica no Processo Civil e as pontes com a teoria da argumentação jurídica. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 1, p. e4011124385, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i1.24385. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/24385. Acesso em: 2 out. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais