Cuidados paliativos e conhecimento docente: diálogos possíveis na área da saúde
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.24651Palavras-chave:
Cuidados paliativos; Conhecimento docente; Atenção à saúde; Integralidade em saúde.Resumo
O propósito deste artigo é apresentar o conhecimento e os sentimentos dos docentes na abordagem de temas relacionados aos cuidados paliativos como: finitude, morte e luto do curso de graduação em medicina da Universidade de São Caetano do Sul. Foi realizado um estudo transversal quantitativo e exploratório, realizado a partir dos preceitos e etapas do método científico, com aplicação de questionário semi-estruturado, por meio do googleforms aos professores do curso de graduação de medicina. O instrumento metodológico utilizado foi um questionário de 17 questões investigando informações pessoais, profissionais e sobre CP. A amostra foi composta por 106 participantes. A partir dos resultados, observamos que cerca de um terço dos docentes não têm formação na área de cuidados paliativos. Em consideração aos assuntos de morte e luto, menos de 50% dos docentes tiveram esses conhecimentos na graduação. A pesquisa também revelou que aproximadamente 88% dos docentes conversam com os discentes sobre morte com segurança, em contraste com a literatura em que muitos médicos se sentem receosos ao tratar sobre morte e paliativismo, pelo fato de serem mal interpretados. Espera-se com a presente pesquisa que os resultados possam ser efetivamente conhecidos pelos docentes das faculdades de medicina, que atuem com mais sensibilidade às necessidades da população e indivíduo, e consequentemente compartilharem com os discentes uma abordagem mais humanizada.
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