A importância da Assistência Estudantil em tempos de pandemia: um relato de experiências do Núcleo de Desenvolvimento Educacional da Universidade Federal do Pampa - Campus Uruguaiana
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.24707Palavras-chave:
Pandemia; Assistência estudantil; Políticas; Vulnerabilidade socioeconômica.Resumo
O artigo enfoca as políticas de Assistência estudantil realizadas pelo Núcleo de Desenvolvimento Educacional - NuDE da Universidade Federal do Pampa, Unipampa, Campus Uruguaiana, expressas em ações de apoio financeiro para os bolsistas de Assistência estudantil, com o objetivo de problematizar a relação entre vulnerabilidade socioeconômica com os desafios trazidos pela pandemia, especificamente o período de isolamento social e o Ensino Remoto Emergencial (ERE). A discussão aqui colocada se empenha em evidenciar a forte ligação entre os estudantes em situação de vulnerabilidade social e sua permanência, compreensão que sustentou o levantamento dos níveis de satisfação destes sujeitos. O estudo se apoia nos pressupostos teóricos da gestão escolar participativa, inserindo as políticas na ótica democrática. Metodologicamente, a pesquisa, de caráter quanti-qualitativo, de natureza exploratória, buscou entender o papel das políticas a partir do olhar dos assistidos, adotando, como marco teórico de análise, a antropologia do desenvolvimento, Devido a extensão da investigação, este artigo enfoca a primeira fase referindo-se à satisfação geral e desafios enfrentados pela população estudada, a partir três categorias principais: saúde mental, equilíbrio financeiro e desafios para adaptação ao ERE traduzidas em cinco questões colocadas no instrumento de coleta de dados. A condição de inclusão foi a renda familiar não exceder a um salário mínimo e meio por pessoa. Os resultados mostraram que as ações de Assistência Estudantil (auxílios financeiros para complementação da alimentação, aluguéis e infraestrutura de conexão) têm contribuído com os estudantes assistidos. Os auxílios ainda foram ampliados abarcando demandas emergenciais (Auxílio à Inclusão Digital) para melhorar acesso ao ERE, promovendo a permanência dos estudantes, mesmo em meio à crise da COVID-19.
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