Avaliação do potencial allelopático do ácido salicílico em plantas alvo: Euphorbia heterophylla e Bidens pilosa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.24863Palavras-chave:
Aleloquímicos; Fitotoxicidade; Bioensaio de germinação; Bio-herbicida.Resumo
O ácido salicílico tem como uma de suas características, o potencial alelopático, além de ser um produto sintetizável, podendo substituir outras substâncias, que possuem a mesma característica, porém de difícil obtenção. Utilizado para o estudo de potencial alelopático em teste preliminar para determinação de faixa de concentração (pesquisa de natureza quantitativa), de substâncias puras, que influenciem negativamente em plantas alvos selecionadas. Os bioensaios foram realizados em incubadora BOD. Sendo avaliado o crescimento das plântulas, medindo-se o comprimento da radícula e do hipocótilo. As sementes utilizadas como plantas alvos, foram a leiteira (Euphorbia heterophylla) e o picão-preto (Bidens pilosa). Cada bioensaio ocorreu por 12 dias, sendo que as medidas da radícula, bem como do hipocótilo foram realizadas de 3 em 3 dias para as concentrações de ácido salicílico: 1000, 750, 500, 250, 125 e 62,5 ppm e controle (água destilada). Os dados foram submetidos, inicialmente ao teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov e posteriormente aos testes de ANOVA de dois fatores com repetição e Tukey. Baseado nos resultados obtidos foi possível observar que diversas concentrações apresentaram diferenças significativas, ou seja, houve atividade alelopática, ocasionando diferença entre os comprimentos tanto de radícula como de hipocótilo. Houve uma brusca redução no crescimento de ambas as espécies. Os destaques foram para as concentrações de 750 e 1000 ppm para E. heterophylla e 500, 750 e 1000 ppm para B. pilosa. Porém, entre esses grupos não apresentaram diferença significativa. O comprimento da radícula foi a parte mais afetada negativamente, pois é onde ocorre a absorção dos nutrientes. Com esses resultados, é possível determinar a melhor faixa de concentração e posteriormente aplicar aos bioensaios com outras substâncias puras, viabilizando a formulação de um produto com características de bio-herbicida.
Referências
Calabrese E. J. & Baldwin L. A. (2002). Applications of hormesis in toxicology, risk assessment and chemotherapeutics. Trends in Pharmacological Sciences 23, 331–337. 10.1016/s0165-6147 (02) 02034-5.
Campos J. A., Peco J. D. & García-Noguero E. (2019). Antigerminative comparison between naturally occurring naphthoquinones and commercial pesticides. Soil dehydrogenase activity used as bioindicator to test soil toxicity. Science of the Total Environment, 694, 133672. 10.1016/j.scitotenv.2019.133672.
Cheng F. & Cheng Z. (2015). Research progress on the use of plant allelopathy in agriculture and the physiological and ecological mechanisms of allelopathy. Frontiers in Plant Science, 6, 1020. 10.3389/fpls.2015.01020.
Chung I. M., Park S. K., Thiruvengadam M., Lee J. H., Kim S. H. & Rajakumar G. (2018). Review of the biotechnological applications of rice allelopathy in agricultural production. Weed Biology and Management, 18, 63–74. 10.1111/wbm.12145.
Elshamy A. I., Abd-Elgawad A. M., El Gendy Aeng & Assaeed A. M. (2019). Chemical Characterization of Euphorbia heterophylla L. Essential Oils and Their Antioxidant Activity and Allelopathic Potential on Cenchrus echinatus L. Chemistry & Biodiversity, 16 (5). 10.1002/cbdv.201900051
Farooq N., Abbas T., Tanveer A. & Jabran K. (2020). Allelopathy for Weed Management. In Mérillon J. M. & Ramawat K. G. (Eds), Co-Evolution of Secondary Metabolites. Springer International Publishing, p. 505–519.
Ferreira A. G. & Aquila M. E. A. (2000). Alelopatia: uma área emergente da Ecofisiologia. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, 12, 175–204.
Gerhards R. & Schappert A. (2020). Advancing cover cropping in temperate integrated weed management. Pest Management Science, 76, 42-46. 10.1002/ps.5639.
Gonçalves V. D., Coelho M. F. B, Camili E. C. & Valentini C. M. A. (2016). Allelopathic potential of Inga laurina leaf extract on lettuce seed germination. Científica, 44, 333-337. 10.15361/1984-5529.2016v44n3p333-337.
Iqbal N., Khaliq A. & Cheema Z. A. (2020). Weed control through allelopathic crop water extracts and S-metolachlor in cotton. Information Processing in Agriculture, 7, 165-172. 10.1016/j.inpa.2019.03.006.
Ji L. L. (2002). Exercise-induced modulation of antioxidant defense. Annals of the New York Academy of Sciences, 959, 82–92. 10.1111/j.1749-6632.2002.tb02085.x.
Junttila O. (1973). Seed and embryo germination in S. vulgaris and S. reflexa as affected by temperature during seed development. Physiologia Plantarum, 29, 264–268. 10.1111/j.1399-3054.1973.tb03103.x.
Kissmann K. G. & Groth D. (1933). Plantas Infestante e nocivas. BASF.
Kong C. H., Xuan T. D., Khanh T. D., Tran H. D. & Trung N. T. (2019). Allelochemicals and Signaling Chemicals in Plants. Molecules (Basel, Switzerland), 24, 2737. 10.3390 / moléculas24152737.
Lorenzi H. (1991). Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas, (4a ed.) Plantarum. 640 p.
Ming Y., Zhu Z., Li J., Hu G., Fan X. & Yuan D. (2020). Allelopathic Effects of Castanea henryi Aqueous Extracts on the Growth and Physiology of Brassica pekinensis and Zea mays. Chemistry & Biodiversity, 17. 10.1002 / cbdv.202000135
Oliveira M. C., Ferreira G., Guimarães V. F. & Dias G. B. (2010). Germinação de sementes de atemoia (Annona cherimola mill. × A. squamosa L.) CV ‘Gefner’ submetidas a tratamentos com ácido giberélico (GA3) e ethephon. Revista Brasileira de Fruticultura, 32, 544–554. 10.1590/S0100-29452010005000062.
Ooka J. K. & Owens D. K. (2018) Allelopathy in tropical and subtropical species. Phytochemistry Reviews, 17, 1225–1237. 10.1007/s11101-018-9596-7.
Pereira B. & Souza Jr. T.P. (2005). Adaptação e rendimento físico – considerações biológicas e antropológicas. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, 13, 145-152.
Pereira A. S., Shitsuka D. M., Parreira. F. J. Shitsuka R. (2018). Metodologia da pesquisa científica. UFSM
Raskin I. (1992). Role of Salicylic Acid in Plants. Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology, 43, 439–463.
Rizzini C. T. (1970). Inibidores de germinação e crescimento em Andira humilis Benth. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 329–366.
Silva M. G. F. (2014). Avaliação do potencial alelopático de raízes de capim annoni-2 (Eragrostis plana Nees) e estudo fitoquímico. Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
Souza Filho A. P. S, Rodrigues L. R. A & Rodrigues T. J. D. (1997). Efeitos do potencial alelopático de três leguminosas forrageiras sobre três invasoras de pastagens. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 32, 165–170.
Vlot A. C., Dempsey D. A. & Klessig D. F. (2009). Salicylic Acid, a Multifaceted Hormone to Combat Disease. Annual Review of Phytopathology, 47, 177–206. 10.1146/annurev.phyto.050908.135202.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Gabrielli Monzani de Lima; José Donizetti de Lima; Vanderlei Aparecido de Lima; Michelangelo Muzell Trezzi; Beatriz Helena Lameiro de Noronha Sales Maia; Ana Paula Palaro Klein Hendges; Martha Menin; Sirlei Dias Teixeira

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.