Avaliação da deposição de defensivos agrícolas sobre o aplicador e a influência de parâmetros meteorológicos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.24889Palavras-chave:
Agrotóxico; Pulverização; Segurança Ocupacional.Resumo
A utilização de defensivos agrícolas para proteção das lavouras é uma prática comum no agronegócio. No entanto, além de ser necessária a minimização dos impactos ambientais associados à esta prática, também é de suma importância que os trabalhadores estejam adequadamente protegidos, a fim de que não haja impactos à saúde ocupacional. Neste contexto, o presente artigo teve como objetivo avaliar a deposição de defensivos agrícolas sobre o aplicador durante o preparo e a aplicação da calda em condições padronizadas e em condições adversas de vento e vazamento. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, avaliando-se a aplicação de dois defensivos agrícolas com pulverizador costal manual e ponta com formato do jato em cone cheio. Para a avaliação da deposição dos produtos sobre o aplicador foram utilizadas etiquetas de papel hidrossensível, sobre os EPIs, posicionadas em 28 partes do corpo. Os resultados demonstraram que todas as partes do corpo avaliadas foram atingidas por defensivos agrícolas. O vento também se mostrou um parâmetro meteorológico relevante para o aumento da deposição de defensivos sobre o aplicador, bem como os vazamentos acidentais de calda. Conclui-se que a aplicação de defensivos agrícolas por meio da utilização de pulverizador costal manual demanda a utilização de EPIs capazes de neutralizar a exposição à agentes químicos para todas as partes do corpo dos aplicadores, de forma a promover a adequada segurança ocupacional e que a incidência de vento também potencializa a deriva e consequente aumento da deposição de defensivos agrícolas sobre o aplicador.
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