Análise epidemiológica dos casos novos de tuberculose em uma população privada de liberdade no Nordeste brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.24903Palavras-chave:
Tuberculose; Prisioneiros; Populações Vulneráveis; Saúde Pública; Estudos epidemiológicos.Resumo
Objetivo: Analisar as características epidemiológicas dos casos novos de tuberculose entre as pessoas privadas de liberdade notificadas em Alagoas no período de 2009 a 2018. Método: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, retrospectivo de abordagem quantitativa. A população do estudo foi composta por pessoas privadas de liberdade do estado de Alagoas notificadas com tuberculose no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2009 a 2018. Os dados explicitados foram analisados por meio da estatística descritiva, com base na frequência relativa e absoluta em percentual. Resultados: Observou-se a elevação do número de casos novos de tuberculose no sistema prisional são eles 22,9% (2013), 9,3% (2016) e 13,4% (2018). Dentre os 411 casos novos, constata-se que 80,8% eram do sexo masculino, na faixa etária de 20 e 39 anos (63,5%). Em relação à raça/cor da pele, 330 (80,3%) eram da cor preta/pardos e 11,4% eram brancos. Em relação às características clínicas dos casos novos de tuberculose, a forma clínica pulmonar esteve quase que na totalidade, representada em 90,3% dos casos. Conclusão: Os resultados deste estudo levam à reflexão sobre a necessidade de melhoria na qualidade do cuidado prestado e a considerar que se continuarmos com o crescimento acelerado da população privada de liberdade, se não lançarmos estratégias específicas no contexto prisional e tratarmos os fatores de risco para adoecimento da tuberculose, será difícil pensar no fim da tuberculose.
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