Avaliação do extrato etanólico de Myconia albicas (Old Cinnamon) no modelo alternativo de ansiedade em peixes-zebra
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.25048Palavras-chave:
Miconia albicans; Peixe-zebra; Ansiolítico.Resumo
Myconia albicans é o gênero mais abundante da família botânica melastomaceous. No Brasil, é conhecido como "Canela de Velho", e é usado, principalmente, em processos inflamatórios. Devido à escassez de trabalhos científicos que relatem seu efeito farmacológico, o objetivo deste estudo foi realizar sua caracterização química, sua toxicidade e seu possível efeito no sistema nervoso, utilizando o modelo experimental Peixe-zebra (Dario regio). O extrato orgânico de acetato de etila (EtOAc) foi elaborado por meio das folhas secas da canela de antigamente. A amostra de EtOAc foi submetida a uma triagem fitoquímica preliminar e evidenciou a presença de fenóis, flavonoides do tipo flavonas, flavonóis e xantonas, triterpenoides e alcaloides. Em seguida, os compostos flavonoides (369,58 ± 0,074mgEQ / g) e fenóis totais (81,48 ± 0,005mgEAG / g) foram determinados. O EtOAc foi avaliado quanto à sua toxicidade, juntamente com Artemia salina, que apresentou baixa toxicidade em todas as doses estudadas. Nos testes de ação farmacológica, foram utilizadas as doses de 3, 10 ou 30 mg / mL; 20 µL; oral (v.o.) ou intraperitoneal (i.p.). A atividade locomotora foi avaliada no teste de campo aberto, que mostrou diminuição dos peixes. E a atividade ansiolítica, no teste de preferência claro e escuro, mostrou que o EtOAc a 30 mg / mL, quando administrado por via intraperitoneal (IP), tem efeito ansiolítico semelhante ao controle do Diazepam IP. Assim, o EtOAC de M. albicans mostrou a presença de fenóis totais e diversos flavonoides, com baixa toxicidade, em que a maior dose apresentou efeito ansiolítico no peixe-zebra.
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