Mapeamento de mosquitos Aedes spp. e detecção do vírus Dengue em zona urbana do município de Picos, Piauí
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.25157Palavras-chave:
Arbovírus; Área urbana; Controle vetorial; Reação em Cadeia da Polimerase; Vírus da Dengue.Resumo
Objetivo: mapear a distribuição de mosquitos Aedes spp. em zona urbana do município de Picos, Piauí, associando a variáveis climáticas e identificar os sorotipos circulantes do virus Dengue em Aedes aegypti. Métodos: foram instaladas 30 armadilhas do tipo larvitrampas em 10 bairros da zona urbana do município. As larvas foram coletadas, semanalmente, no período de fevereiro de 2017 a julho de 2019, e encaminhadas para o laboratório onde foram identificadas e contadas. O número de larvas foi associado a dados meterológicos. Após as larvas atigirem a fase adulta, os mosquito A. aegypti foram segregados em pools com 6 exemplares e submetidos a RT-PCR e Nested-PCR para detecção do sorotipo DENV. Resultados: um total de 44.798 larvas de Aedes spp foram coletadas em área urbana de Picos durante o período de estudo. O aumento das chuvas e diminuição da temperatura, principalmente nos meses de fevereiro e março, contribuiram para o aumento da infestação desses vetores no mês de abril. No estudo, foi coletado duas larvas de Haemagogus spegazzinii, potencial vetor de febre amarela. A maior ocorrência no município foi da espécie A. aegypti (96,43%), presente em todos bairros estudados, com predominancia em ambiente intradomicíliar, enquanto o A. albopictus (3,57%) ocupa ambiente peridomicíliar. As análises moleculares de A. aegypti apresentaram positividade para o vírus DENV 1 e DENV 3, demonstrando a existência de transmissão transovariana. Conclusão: Esse estudo demonstrou a ocorrência concomitante de A. aegypti e A. albopictus em zona urbana e a co-circulação dos sorotipos 1 e 3 da dengue. O monitoramento entomológico e da circulação viral são importantes ferramentas para indicar áreas de maior infestação de mosquitos vetores e prevenir futuros surtos, fornecendo subsídios para o planejamento de ações voltadas ao controle e a prevenção de arboviroses , através da secretária de saúde e órgãos competentes na região.
Referências
Aguiar, R., & Gomes, J. (2004). Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea, estado do Piauí. CRPM. Retrieved from: http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/16506/1/Rel_SantaCruzdosMilagres.pdf
Brasil. (2013). Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti – LIRAa – para vigilância entomológica do Aedes aegypti no Brasil. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_liraa_2013.pdf
Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Ministério da Saúde. Dengue: Instruções para Pessoal de Combate ao Vetor e Manual de Normas Técnicas. (2001). Fundação Nacional de Saúde. Retrieved Dec 20, 2021, from http://www.saude.mppr.mp.br/arquivos/File/dengue/manual_de_normas_tecnicas_funasa.pdf
Brasil. Ministério da Saúde. Informações de Saúde (DATASUS-TABNET). (2021). Brasil. http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinannet/cnv/denguebpi.def
Cano, M., Marti, G., Balsalobre, A., et al. (2021). Database of Sabethes and Haemagogus (Diptera: Culicidae) in Argentina: Sylvatic Vectors of the Yellow Fever Virus. J Med Entomol, 58(4), 1762–1770. https://doi.org/10.1093/jme/tjab059
Costa, A., Santana, C., Silva, V. et al. (2016). Análise do controle vetorial da dengue no sertão piauiense entre 2007 e 2011. Cad Saude Publica, 24(3), 275–285. https://doi.org/10.1590/1414-462x201600030035
Couto-Lima, D., Madec, Y., Bersot, M., et al. (2017). Potential risk of reemergence of urban transmission of Yellow Ferver virus in Brazil facilitated by competence Aedes populations. Scie Rep, 7(1), 1–12. http://dx.doi.org/10.1038/s41598-017-05186-3
Forattini, O. (2002). Culicidologia médica: Identificação, biologia e epidemiologia. Editora da Universidade de São Paulo.
Garzón, M., Maffey, L., Lizuain, A. et al. (2021). Temperature and photoperiod effects on dormancy status and life cycle parameters in Aedes albopictus and Aedes aegypti from subtropical Argentina. Med Vet Entomol. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1111/mve.12474
Gould, E., Pettersson, J., Higgs, S. et al. (2017). Emerging arboviruses: Why today? One Health, 4–11. https://doi.org/10.1016/j.onehlt.2017.06.001
Heinisch, M., Diaz-Quijano, F., Chiaravalloti-Neto, F. et al. (2019). Seasonal and spatial distribution of Aedes aegypti and Aedes albopictus in a municipal urban park in São Paulo, SP, Brazil. Acta Trop., 189, 104–113. https://doi.org/10.1016/j.actatropica.2018.09.011
Heinisch, M., Diaz-Quijano, F., Chiaravalloti-Neto, F., & et al. (2019). Seasonal and spatial distribution of Aedes aegypti and Aedes albopictus in a municipal urban park in São Paulo, SP, Brazil. Acta Trop., 189, 104–113. https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.actatropica.2018.09.011
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades. (2021). Brasil. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pi/picos/panorama
INMET. Instituto Nacional de Meteorologia. Estações Convencionais - Gráficos. (2020). http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=home/page&page=sobre_inmet
Kraemer, M., Reiner Jr, R. C., Brady, O. et al. (2019). Past and future spread of arboviruses vectors Aedes aegypti and Aedes albopictus. Nat Microbiol, 4, 854–863. https://doi.org/10.1038/s41564-019-0376-y
Lanciotti, R. S., Calisher, C. H., Gubler, D. J., Chang, G. J., & Vorndam, A. V. (1992). Rapid detection and typing of dengue viruses from clinical samples by using reverse transcriptase-polymerase chain reaction. Journal of Clinical Microbiology, 30(3), 545–551. https://doi.org/10.1128/jcm.30.3.545-551.1992
Mangudo, C., Aparicio, J., Rossi, G. et al. (2018). Tree hole mosquito species composition and relative abundances differ between urban and adjacent forest habitats in northwestern Argentina. Bull Entomol Res, 108(2), 203–212. https://doi.org/10.1017/S0007485317000700
Martins, V., Alencar, C., Facó, P., et al. (2010). Distribuição espacial e características dos criadouros de Aedes albopictus e Aedes aegypti em Fortaleza, Estado do Ceará. Rev Soc Bras Med Trop, 43(1), 73–77. https://doi.org/10.1590/S0037-86822010000100016
Martins, V., Alencar, C., Kamimura, M., et al. (2012). Occurrence of Natural Vertical Transmission of Dengue-2 and Dengue-3 Viruses in Aedes aegypti and Aedes albopictus in Fortaleza, Ceará, Brazil. PLoS ONE, 7(7), 1–9. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0041386
Moura, M., Oliveira, J., Pedreira, R., et al. (2020). Spatio-temporal dynamics of Aedes aegypti and Aedes albopictus oviposition in an urban area of northeastern Brazil. Trop Med Int Health, 25(12), 1510–1521. https://doi.org/10.1111/tmi.13491
Oliveira, V., & Neto, L. (2017). Ocorrência de Aedes aegypti e Aedes albopictus em bromélias cultivadas no Jardim Botânico Municipal de Bauru, São Paulo, Brasil. Cad Saude Publica, 33(1), e00071016. https://doi.org/10.1590/0102-311x00071016
Silva, S., Silva, E., Amoretty, P., et al. (2018). Spacial Distribution of Dengue Vectors Aedes aegypti and A. albopictus (Diptera: Culicidae) in the city of Volta Redonda, state of Rio de Janeiro, Brazil. ReonFacema. https://www.facema.edu.br/ojs/index.php/ReOnFacema/article/view/421
Silva, V. C; Serra-Freire, N. M.; Silva, J. S; Scherer, P. O.; Rodrigues, I.; Cunha, S. P.; & Alencar, J. (2009). Estudo comparativo entre larvitrampas e ovitrampas para avaliação da presença de Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) em Campo Grande, Estado do Rio de Janeiro. Rev Soc Bras Med Trop, 42(6), 730–731. https://doi.org/10.1590/S0037-86822009000600023
Viana, A., Nunes, H., Silva, J., et al. (2017). Caracterização fisiográfica e socioeconômica do município de Picos/PI: potencialidades, limitações e vulnerabilidades. InterEspaço: R Geogr Interdiscip, 3(9), 88–108. http://dx.doi.org/10.18764/2446-6549.v3n9p88-108
Zanotto, P., & Leite, L. (2018). The Challenges Imposed by Dengue, Zika, and Chikungunya to Brazil. Front Immunol, 9, 1964. https://doi.org/10.3389/fimmu.2018.01964
Zeidler, J., Acosta, P., Barreto, P., et al. (2008). Vírus Dengue em larvas de Aedes aegypti e sua dinâmica de infestação, Roraima, Brasil. Rev Saúde Pública, 42(6), 986–991. https://doi.org/10.1590/S0034-89102008005000055
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 José Cleves da Silva Maia; Henrique Rafael Pontes Ferreira; Lucas Emanuel Sousa e Silva; Jailson da Silva Santana; José Fabrício de Carvalho Leal; Alexandre da Costa Teixeira; Agda Paolla Siqueira Fontes da Silva; Isadora da Silva Moura; Arnaldo Solheiro Bezerra; Bruno Bezerra Silva; Victor Emanuel Pessoa Martins; Maria Izabel Florindo Guedes; Marcia Maria Mendes Marques; Ana Carolina Landim Pacheco
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.