Os paradigmas na teoria de Egon G. Guba e Yvonna S. Lincoln (1994): a multirreferencialidade nas teses de doutorado em educação da UNISSINOS (2013 a 2018)
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.25219Palavras-chave:
Paradigmas; Multirreferencialidade; Educação; Ensino.Resumo
Os paradigmas de pesquisa são compreendidos por autores como Khun (1970), Creswell (2010) e Guba e Lincoln (1994), como um conjunto de crenças que orientam a atuação dos pesquisadores a partir das questões ontológicas, axiológicas, epistemológicas e metodológicas que demonstram suas concepções de mundo, razão pela qual é relevante descobrir quais delas atualmente aparecem nas pesquisas referentes às ciências humanas e sociais. O objetivo da presente pesquisa, foi analisar, a partir da concepção de Guba e Lincoln (1994), a presença dos paradigmas de pesquisa nas teses de doutorado do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu da UNISINOS, no período compreendido entre 2013 a 2018. Foi realizada pesquisa exploratória e descritiva, de natureza mista, considerando as necessidades metodológicas tanto para a fase de mapeamento das teses defendidas pelos estudantes do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação da UNISINOS no período mencionado, quanto na análise dos paradigmas presentes nas teses. Como principal resultado, destaca-se que a tendência nas pesquisas em educação é a adoção da multireferencialidade e do pragmatismo, quanto à possibilidade de mesclar diferentes paradigmas de pesquisa. Os pesquisadores, de forma geral, não demonstraram, pelo menos expressamente, a preocupação apresentada por Guba e Lincoln (1994) de analisar a compatibilidade axiológica entre diferentes paradigmas para fins de comensurabilidade. Observou-se a predominância de paradigmas classificados, por Guba e Lincoln (1994), como alternativos, indicando que as pesquisas nas ciências humanas e sociais se libertaram, finalmente, do positivismo como elemento essencial para o rigor e a cientificidade das pesquisas científicas.
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