Consumo de antibióticos em um hospital de alta complexidade: padrão de utilização em diferentes enfermarias
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i2.25573Palavras-chave:
Uso de medicamentos; Antibacterianos; Resistência microbiana a medicamentos; Uso indevido de medicamentos; Gestão de antimicrobianos; Beta-lactâmicos.Resumo
Objetivo: Avaliar o padrão de utilização de antibióticos entre as diferentes enfermarias de um hospital universitário de alta complexidade. Métodos: Estudo descritivo realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Buscou-se no prontuário e prescrição eletrônicos dados clínicos e de medicamentos dos pacientes internados, com 18 anos ou mais, que receberam prescrição de antibiótico no ano de 2014. As prescrições de antibióticos foram classificadas em tratamento empírico (TE) e tratamento direcionado (TD), e seu consumo foi calculado por meio da dose diária definida por 1.000 pacientes-dia, e apresentado por meio do método de Utilização de Medicamentos 90%. Resultados: 4.102 indivíduos tiveram prescrições de antibióticos com finalidade terapêutica. 63.985 (84,6%) prescrições foram classificadas como TE, e 11.660 (15,4%) prescrições foram classificadas como TD. As cefalosporinas de 4ª geração e os glicopeptídeos estão entre aqueles que representaram 90% do consumo em todas as enfermarias. No grupo TD, antibióticos de amplo espectro de ação mantiveram elevado consumo nas unidades, como os carbapenêmicos que foram os mais utilizados em três unidades, e a polimixina mais utilizada na unidade de terapia intensiva. Por outro lado, as penicilinas resistentes à betalactamase passaram a ser representadas em um número maior de enfermarias em relação à TE. Conclusão: O perfil de consumo de antibióticos sugere a hipótese de que os exames de antibiograma estão sendo realizados com o objetivo de investigar o perfil de sensibilidade bacteriana quando há falha terapêutica, e não para descalonar o tratamento.
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