Exposição ao tabagismo passivo na gestação e suas consequências na amamentação: uma revisão sistemática
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i2.25626Palavras-chave:
Aleitamento Materno; Fumo passivo; Gravidez.Resumo
Objetivo: Identificar as consequências na amamentação decorrentes da exposição ao tabagismo passivo na gestação. Metodologia: Revisão sistemática da literatura baseada no método Preferred Reporting Items for Systematic Reviews e Meta-Analysis (PRISMA), realizada nas bases de dados eletrônicas ScieLo, PubMed, Scopus e Web of Science, por meio dos seguintes descritores: “secondhand smoke”, “pregnancy”, “pregnant women” e “breastfeeding”. Foram incluídos artigos completos, disponíveis em português, inglês ou espanhol, publicados entre janeiro de 2010 a outubro de 2021 e que possuem significância estatística aplicada nos resultados. Resultados: Sete artigos compuseram a amostra final deste estudo. Todas as pesquisas eram de coorte prospectivo, apresentando nível de evidência III (moderado). Grande parte das gestantes foram expostas ao fumo do tabaco em suas residências, reiterando a informação de que a fumaça dos cigarros poderia ser proveniente de familiares próximos. A exposição materna ao tabagismo passivo durante a gravidez foi significativamente associada a um aumento na interrupção de qualquer amamentação antes dos seis meses. Além disso, a exposição durante a gravidez foi associada a uma menor duração da amamentação e uma menor prevalência de amamentação. Conclusão: Verificou-se que a exposição ao tabagismo passivo durante a gravidez foi associada à interrupção ou a uma menor frequência do período de amamentação, tanto no aleitamento materno exclusivo quanto nos demais períodos, em comparação com a ausência de exposição ao tabagismo passivo durante a gravidez. Porém, pesquisas de maior qualidade são fortemente recomendadas a fim de identificar maiores resultados.
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