Aproximação do estudante de medicina à saúde da comunidade: um olhar atento na prevenção da automedicação
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i2.25687Palavras-chave:
Automedicação; Promoção da saúde; Educação em saúde.Resumo
A precarização da assistência à saúde e dificuldades nos atendimentos de urgência afetam a sociedade, comprometendo a resolução imediata dos seus problemas de saúde. Sendo assim, quando existe doença, a população recorre a diversos meios para resolvê-la como a automedicação. O presente estudo objetivou discutir dados quanti-qualitativos resultantes de um projeto de extensão envolvendo usuários de unidades de saúde e promover reflexões pedagógicas na formação profissional de estudantes de medicina. Trata-se de estudo transversal quanti-qualitativo delineado a partir de uma ação extensionista centrada na realização de rodas de conversa. Análises de frequências absoluta e relativa foram realizadas através do programa Jamovi®. Os dados obtidos são resultantes das experiências das ações e informações coletadas nas rodas de conversa. Registrou-se que 73% dos usuários conhecem os riscos da automedicação, mas, ainda assim, essa prática é relatada por 89% deles. As principais justificativas para a automedicação foram: praticidade na aquisição (72,3%), demora no atendimento ambulatorial (33,2%) e difícil acesso aos profissionais de saúde (27,7%). Observou-se também que as estratégias utilizadas permitiram que fossem promovidas reflexões sociais que tangenciaram os problemas da comunidade ao processo de ensino-aprendizagem dos estudantes, através de diálogos coletivos focados nas causas e consequências da automedicação, ocasionando maior aproximação entre os estudantes e a comunidade.
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