Percepção do ruído e seus efeitos em funcionários de um hospital universitário
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i2.25998Palavras-chave:
Ruído; Saúde do trabalhador; Pessoal de saúde.Resumo
Introdução: Funcionários de hospitais são expostos ao ruído proveniente de diversas fontes. Objetivo: Investigar a percepção e os efeitos do ruído em funcionários de um hospital universitário no município de Lagarto-SE. Método: Estudo observacional de corte transversal realizado com 170 funcionários. Foram aplicados anamnese e questionário de incômodo ao ruído, adaptado para o ambiente hospitalar. Níveis de ruído foram medidos nos turnos diurno e noturno. Foram encontrados valores de Leq entre 66,1 e 79 dB(A), com níveis mais elevados no turno diurno. Para análise dos dados foi realizada aplicação de testes qui-quadrado de independência e ajustes de modelos de regressão logística. Resultados: A maioria dos profissionais era do sexo feminino (69,4%), com idade média de 38 anos. A maioria (54,1%) considerou o local repetidamente ou sempre ruidoso e 85,9% classificaram a intensidade moderada ou intensa. O período da manhã foi considerado o mais ruidoso. A fonte de ruído mais citada foram os profissionais. A maioria (97,1%) acredita que o ruído no hospital pode prejudicar o paciente e 79,4% acredita que estratégias podem minimizar esta exposição, sendo a mais sugerida a realização de ações de conscientização aos profissionais (63%). Conclusão: Houve percepção quando a frequência, a intensidade e a queixas relacionadas ao ruído, por parte dos profissionais.
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