Investigação sobre a circulação de arbovírus em populações humanas vivendo no Município de Parauapebas e Canaã de Carajás, localizado na mesorregião do Sudeste do estado do Pará
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i3.26043Palavras-chave:
Arbovírus; Diagnóstico laboratorial; Epidemiologia; Vigilância.Resumo
O presente estudo visou investigar a circulação de arbovírus em indivíduos sintomáticos com quadro de síndrome febril aguda e ictérica atendidos no Município de Parauapebas e Canaã de Carajás, nos anos de 2008 a 2010. O banco de dados foi gerado a partir da aplicação de questionários clínico-epidemiológicos no Município de Parauapebas e Canaã de Carajás realizado pelo Instituto Evandro Chagas no período de 2008 a 2010 com intuito de realizar a investigação epidemiológica de arbovírus nessas regiões que sofrem ações antropogênicas. Foram analisados os dados sociodemográficos (idade, sexo e ocupação) e os resultados laboratoriais oriundos de métodos virológicos, como o isolamento viral em cultivo celular, e métodos sorológicos como a inibição da hemaglutinação e o teste Imunoenzimático para captura de anticorpos IgM, separados em dois grupos um com síndrome febril aguda e o outro com síndrome febril ictérica o que gerou um banco com informações de 707 indivíduos contendo 1172 amostras já processadas. Em relação ao perfil sócio demográfico, a faixa etária, dos indivíduos mais prevalentes foram a de 5 a 14 anos nas duas síndromes estudadas. O sexo masculino teve maior frequência, sendo que na síndrome febril ictérica se destacou com maior prevalência com cerca de 59%. Levando em consideração a ocupação, verificou-se que o Técnico de Nível Médio foi o mais comum. Nos resultados laboratoriais, 968 (82,6%) apresentaram anticorpos totais através da Inibição da hemaglutinação para os gêneros Flavivirus, Alphavirus e Orthobunyavirus. Foi possível observar a diferença estatística na frequência das Arboviroses nos grupos estudados, p<0,05 entre as síndromes. No resultado do ELISA foi detectado anticorpos IgM para o vírus Dengue, Febre Amarela e Oropouche. No isolamento viral através da célula C6/36 foi isolado vírus Dengue sorotipo 1 e 2 e virus Mayaro, evidenciando a fase aguda da infecção nos pacientes, demostrando a circulação ativa dos vírus nestas áreas. Portanto o monitoramento da circulação de arbovírus nas populações que vivem em áreas de transformações ambientais é de extrema importância, pois permitem assim avaliar a emergência ou a ré emergência das arboviroses.
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