Comparação entre o efeito de três enxaguatorios bucais na terapêutica e prevenção da mucosite quimioinduzida – estudo duplo cego
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i3.26182Palavras-chave:
Estomatite; Mucosite; Drogas Fitoterápicas; Antineoplásicos; Camomila; Calendula; Aloe vera.Resumo
Além da morbidade relacionada ao câncer, seu tratamento resulta em consideráveis efeitos adversos, sendo a mucosite oral a complicação mais relatada. Este estudo objetivou comparar o efeito de dois enxaguantes bucais formulados a partir de fitoterápicos e nistatina como solução controle, na prevenção e terapêutica da mucosite oral. Participaram do estudo pacientes que estavam realizando tratamento quimioterápico no Hospital Universitário Santa Terezinha de Joaçaba/SC. Após a abordagem dos entrevistados, coletou-se assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, seguida por uma entrevista para a coleta das informações relacionadas ao paciente e sua atual condição relacionada ao câncer. Os pacientes foram divididos em 03 grupos com 11 participantes, sendo que cada grupo recebeu uma das três soluções estudadas. Foram então orientados a realizarem bochechos com 10ml da solução, 04 vezes ao dia durante 05 dias. Após a aplicação, coletou-se informações baseando-se no questionário Oral Mucositis and Daily Questionnaire. Quanto a dor relatada, 71% responderam "sem dor" e 55% dos pacientes classificaram a dor com score 1, em uma escala de 0 a 10. Apenas 1 paciente (3%) respondeu "muita dor", classificando-a com score 9. Sobre as limitações relatadas, 71% não apresentaram limitações para comer e falar. Apenas 1 paciente (3%) relatou dificuldade para falar e "muito limitado" para beber e comer. Nenhum paciente relatou incapacidade. Não se observou diferença entre as soluções estudadas. Concluiu-se que os enxaguantes fitoterápicos utilizados como forma terapêutica demonstraram efetividade semelhante. Ainda, nenhum paciente desenvolveu mucosite durante a aplicação dos bochechos, sugerindo efeito também efeito preventivo.
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