A saúde bucal infantil: a percepção de profissionais da saúde, da educação e dos pais ou dos responsáveis da região metropolitana de Belo Horizonte
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i3.26316Palavras-chave:
Crianças; Promoção de saúde; Cárie dentária; Saúde bucal.Resumo
Objetivo: Conhecer a percepção dos profissionais da saúde, da educação e dos pais ou dos responsáveis sobre a saúde bucal de crianças de 0 a 5 anos, em um município da região metropolitana de Belo Horizonte. Metodologia: O estudo utilizou uma abordagem qualitativa e como instrumento da coleta de dados, o grupo focal, realizado com dois grupos: um com os responsáveis e outro com os profissionais. A análise de conteúdo foi feita segundo Graneheim e Lundman, assumindo como referencial teórico as diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal para esse grupo etário. Resultados: Foram identificados 3 temas comuns aos dois grupos: o papel do serviço, da família e da escola na produção da saúde. Os profissionais percebem o serviço como resolutivo, com fluxo de consultas coordenado entre pré-natal e odontologia. porém acham necessária a capacitação dos professores em relação à saúde bucal. Os responsáveis pelas crianças consideraram ser importante a atuação do serviço na prevenção desde nascimento, educação em saúde bucal e assistência às gestantes. Os responsáveis pelas crianças reconhecem seu papel desde amamentação até os cuidados com higiene bucal e hábitos, e consideraram estas tarefas difíceis. Os profissionais entendem que ações escolares são impactantes na promoção de saúde das crianças. Conclusões: Os participantes consideram que a família é responsável pelo cuidado da criança, juntamente com a escola e os serviços de saúde e que esse cuidado deve se iniciar a partir da concepção, com a gestante. Esses resultados serão dados importantes para uma proposta de ação no município de estudo.
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