Análise de redundância para estudo da relação entre desenvolvimento vegetativo e qualidade do abacaxi
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i3.26618Palavras-chave:
Ananas comosus (L.) Merril; Análise Multivariada; Escalonamento de produção.Resumo
A qualidade dos frutos do abacaxizeiro tem sido atribuída ao desenvolvimento de uma folha madura, denominada de “folha D”, como se fosse um padrão para a espécie, independente da cultivar e do manejo das plantas. O manejo da floração do abacaxizeiro é uma prática agronômica consolidada e possibilita o planejamento da colheita antecipada, porém, ainda são necessários estudos em campo. A análise de redundância pode ser uma ferramenta útil para identificar padrões de resposta do desenvolvimento vegetativo e reprodutivo correlacionado ao manejo agronômico, possibilitando a definição de estratégias eficientes. Sendo assim, objetivou-se com este trabalho avaliar por meio da análise de redundância quais características vegetativas explicam a qualidade dos frutos do abacaxizeiro ‘Vitória’, considerando o manejo da floração. O estudo foi realizado com dados obtidos de uma pesquisa aplicada, conduzida em campo, em quatro épocas de plantio (janeiro, abril, julho e outubro), utilizando dois tipos de mudas (filhote de 100 a 200g e rebentão de 201 a 300 g) e três idades de indução floral (8, 10 e 12 meses). Foram obtidas seis características de plantas (comprimento e largura da folha “D”, número de folhas, área foliar e número de mudas dos tipos rebento e filhote) e 21 características de qualidade físico-químicas de frutos (comprimento, diâmetro e circunferência do fruto, diâmetro do cilindro central, espessura da polpa, rendimento de polpa, porcentagem de área translúcida, sólidos solúveis, acidez titulável, pH, vitamina C, estádio de maturação, firmeza da casca, cor da polpa). A partir destes dados foram obtidas as relações entre características de plantas, consideradas características explicativas, e características de frutos, consideradas características respostas através da análise de redundância (RDA), utilizando o software R versão 3.5.1. Com a eliminação da característica explicativa área foliar, o modelo contendo as outras cinco características explicativas restantes, foi estatisticamente significativo, existindo relação válida entre as cinco características de planta e as 21 características de frutos nos 24 ambientes. Desta forma, a análise RDA empregou cinco características explicativas (comprimento e largura da folha “D”, número de folhas e número de mudas dos tipos rebento e filhote) para o modelo. Conclui-se que a maioria das características de frutos, tiveram baixa variabilidade entre elas, e com as características ambiente. O número de folhas é a característica que mais se relaciona com peso do fruto do abacaxizeiro ‘Vitória’.
Referências
Barker, D. L., Arantes, S. D., Schmildt, E. R., Arantes, L. D. O., Fontes, P. S. F., & Buffon, S. B. (2018). Post-harvest quality of ‘Vitória’pineapple as a function of the types of shoots and age of the plant for floral induction. Revista Brasileira de Fruticultura, 40(4).
Berilli, S. D. S., Almeida, S. B., Carvalho, A. J. C. D., Jesus Freitas, S. D., Berilli, A. P. C. G., & Santos, P. C. D. (2011). Avaliação sensorial dos frutos de cultivares de abacaxi para consumo in natura. Revista Brasileira de Fruticultura, 33, 592-598.
Borcard, D., Gillet, F., & Legendre, P. (2011). Numerical ecology with R. springer. 2, 688.
Caetano, L. C. S., Ventura, J. A., Costa, A. D. F. S. D., & Guarçoni, R. C. (2013). Efeito da adubação com nitrogênio, fósforo e potássio no desenvolvimento, na produção e na qualidade de frutos do abacaxi 'Vitória'. Revista Brasileira de Fruticultura, 35, 883-890.
Capblancq, T., Luu, K., Blum, M. G., & Bazin, E. (2018). Evaluation of redundancy analysis to identify signatures of local adaptation. Molecular Ecology Resources, 18(6), 1223-1233.
Carvalho, R. R. B., Fonseca, A. A. O., Barreto, N. S. E., Luís, R., & Cardoso, M. S. S. (2016). Néctar de graviola e cupuaçu: desenvolvimento e estabilidade. 18(4), 413-421.
CEASA/ES, (2013). <http://www.ceasa.es.gov.br/wp-content/uploads/2013/calendario_de_comercializacao_2013.pdf>.
FAOSTAT, (2020). Food and Agriculture Organization of the United Nations Statistical Database. Crops database. < http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC/visualize >.
Francisco, J. P., Diotto, A. V., Folegatti, M. V., Silva, L. D. B. D., & Piedade, S. M. D. S. (2014). Estimativa da área foliar do abacaxizeiro cv. Vitória por meio de relações alométricas. Revista Brasileira de Fruticultura, 36(2), 285-293.
Gómez, R. S, García Pérez, J., López Martín, M. D. M., & García, C. G. (2016). Collinearity diagnostic applied in ridge estimation through the variance inflation factor. Journal of Applied Statistics, 43(10), 1831-1849.
Gotelli, N.J., Ellison, A.M. A primer of ecological statistics. (2a ed.) Sunderland: Sinauer Associates, 2011. 579p.
HAIR, J.F. et al. Multivariate Data Analysis. (7a ed.) Pearson, 2010.
Hotegni, V. N.F, Lommen, W. J., Agbossou, E. K., & Struik, P. C. (2014). Heterogeneity in pineapple fruit quality results from plant heterogeneity at flower induction. Frontiers in Plant Science, 5, 670.
IAL Instituto Adolfo Lutz. (2008). Métodos físico-químicos para análise de alimentos. (4a ed.), Ministério da Saúde. 1018p.
LUTZ, I. A. (2008). Métodos físico-químicos para análise de alimentos. ANVISA.
IBGE. (2008) instituto brasileiro de geografia e estatística. Produção Agrícola Municipal: PAM 2017. Sistema IBGE de Recuperação Automática: SIDRA, https://sidra.ibge.gov.br/tabela/1613.
Küster, I. S., Alexandre, R. S., Arantes, S. D., Schmildt, E. R. S., Arantes, L. D. O., & Klem, D. L. B. (2018). Phenotypic correlation between leaf characters and physical and chemical aspects of cv. Vitória pineapple fruit. Revista Brasileira de Fruticultura, 40.1-9.
Legendre, P., & Legendre, L. (1988). Numerical Ecology. Amsterdam, Elsevier Science. 840p.
Melo, A. S. D., Netto, A. D. O. A., Dantas Neto, J., Brito, M. E. B., Viégas, P. R. A., Magalhães, L. T. S., & Fernandes, P. D. (2006). Desenvolvimento vegetativo, rendimento da fruta e otimização do abacaxizeiro cv. Pérola em diferentes níveis de irrigação. Ciência Rural, 36, 93-98.
Nunes, R. P, Da Silva, L. I. M. M., & de Araújo, B. M. (2010). Caracteristicas fisicas, fisico-quimicas, quimicas e atividade enzimatica de abacaxi cv. Smooth Cayenne recem colhido. Alimentos e Nutricao (Brazilian Journal of Food and Nutrition), 21(2), 273-282.
Oksanen, J.et al. (2019). Vegan: Community Ecology Package. R package version 2.5-5. https://CRAN.R-project.org/package=vegan.
Palou, E., López‐Malo, A., Barbosa‐Cánovas, G. V., Welti‐Chanes, J., & Swanson, B. G. (1999). Polyphenoloxidase activity and color of blanched and high hydrostatic pressure treated banana puree. Journal of Food Science, 64(1), 42-45.
Py, C. (1968). Contribution à l'étude du cycle de l'ananas. Fruits, 23(8), 403-413.
R Core Team (2018). R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. http://www.R-project.org/.
Teisson, C. (1972). Étude sur la Floraison Naturalc de l'Ananas en Côte D'Ivoirc. Fruits, 27(10), 699-704.
Ventura et al. (2008). <http://www.incaper.es.gov.br/servicos/images/abacaxi_vitoria.pdf>.
Ventura, J. A., Costa, H., Cabral, J. R. S. & de Matos, A. P. (2009). 'VITÓRIA': new pineapple cultivar resistant to fusariosis. Acta Hortic. 822, 51-56.
Vilela, G. B., Pegoraro, R. F., & Maia, V. M. (2015). Predição de produção do abacaxizeiro'Vitória'por meio de características fitotécnicas e nutricionais. Revista Ciência Agronômica, 46, 724-732.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Pietra de Souza Rodrigues ; Dayane Littig Barker ; Jasmini Fonseca da Silva; Basílio Cerri Neto; Thayanne Rangel Ferreira; Kayo Cesar Corrêa Lima ; Johnny da Silva Rodrigues ; Lúcio de Oliveira Arantes; Edilson Romais Schmidt José Aires Ventura; Sara Dousseau Arantes
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.