Fatores potencializadores e limitadores na identificação e manutenção do potencial doador de órgãos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i3.26676

Palavras-chave:

Morte encefálica; Obtenção de Tecidos e órgãos; Pessoal de saúde.

Resumo

Objetivo: analisar a produção do conhecimento, no contexto brasileiro, sobre as evidências relacionadas aos fatores potencializadores e limitadores reconhecidos pelos profissionais de saúde acerca da identificação e manutenção do potencial doador de órgãos e tecidos em morte encefálica e identificar propostas de intervenções para melhoria deste processo. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, desenvolvida nas bases de dados LILACS, BDENF e na biblioteca SCIELO, durante os meses de abril a junho de 2020. Resultados: O corpus da revisão constituiu-se de 35 artigos, e após análise, identificou-se como fatores potencializadores a competência técnico-científica dos profissionais, a integração da equipe multiprofissional, conscientização, mobilização e sensibilização das equipes para o cuidado. Como fatores limitadores foi evidenciado a insegurança, inexperiência, o desconhecimento, o despreparo técnico e emocional, ausência de protocolos ou guidelines, as deficiências de recursos físicos, materiais, tecnológicos e humanos, a falta de maturidade profissional, pessoal e emocional, e a falta de uma cultura de doação.  A educação permanente foi definida como a principal estratégia de intervenção para otimizar o processo. Conclusão: A importância do conhecimento que os profissionais têm sobre o assunto, o trabalho em equipe e a compreensão do significado de sua participação neste processo, assim como estratégias de educação permanente em saúde no ambiente hospitalar são necessários para aprimorar a qualidade da assistência prestada ao potencial doador de órgãos em morte encefálica. 

Referências

Amorim, V. C. D., Avelar, T. A. B. A., & Brandão, G. M. O. do N. (2010). A otimização da assistência de enfermagem ao paciente em morte encefálica: potencial doador de múltiplos órgãos. Rev. Enferm. UFPE on Line, 4(1), 218–226. http://www.ufpe.br/revistaenfermagem/index.php/revista/article/viewFile/726/463

Alves, M. P., Rodrigues, F. S., Cunha, K. S., Higashi, G. D. C., Nascimento, E. R. P., & Erdmann, A. L.(2019). Processo de morte encefálica: significado para enfermeiros de uma unidade de terapia intensiva. Revista Baiana de Enfermagem‏, 33. https://doi.org/10.18471/rbe.v33.28033

Andrade, J. D. A. de, Brito, A. C. de, Lira, G. G., Fernandes, F. E. C. V., & Melo, R. A. de. (2018). Vivências e estratégias de uma organização de procura de órgãos. Revista de Enfermagem UFPE on Line, 12(4), 857. https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i4a110257p857-864-2018

Araujó, M. N., & Massarollo, M. C. K. B. (2014). Conflitos éticos vivenciados por enfermeiros no processo de doação de órgãos. Acta Paulista de Enfermagem, 27(3), 215–220. https://doi.org/10.1590/1982-0194201400037

Aredes, J. de S., Firmo, J. O. A., & Giacomin, K. C. (2018). A morte que salva vidas: complexidades do cuidado médico ao paciente com suspeita de morte encefálica. Cadernos de Saúde Pública, 34(11). https://doi.org/10.1590/0102-311X00061718

Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (2019). Dimensionamento dos Transplantes no Brasil e em cada estado (2012-2019). Registro Brasileiro de Transplantes, XXV (4). http://www.abto.org.br/abtov03/Upload/file/RBT/2019/RBT-2019-leitura.pdf.

Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (2018). Dimensionamento dos Transplantes no Brasil e em cada estado (2011-2018). Registro Brasileiro de Transplantes, XXIV (4). http://www.abto.org.br/abtov03/Upload/file/RBT/2018/Lv_RBT-2018.pdf

Brasil (1997). Lei nº 9434 de 4 de fevereiro de 1997. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9434.htm

Cappellaro, J., Silveira, R. S. da, Lunardi, V. L., Corrêa, L. V. O., Sanchez, M. L., & Saioron, I. (2014). Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante: questões éticas. Rev. RENE, 15(6), 949–956. http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/1813/pdf

Carvalho, N. de S., Sousa, J. de, Veloso, L. C., & Ataide, karine de M. N. (2019). Atuação do enfermeiro no processo de doação e captação de órgãos em doadores elegíveis. Revista de Enfermagem Da UFPI, 8(1), 23–29. Retrieved from https://ojs.ufpi.br/index.php/reufpi/article/view/7289

Cavalcante, L. de P., Ramos, I. C., Araújo, M. Â. M., Alves, M. D. dos S., & Braga, V. A. B. (2014). Cuidados de enfermagem ao paciente em morte encefálica e potencial doador de órgãos. Acta Paulista de Enfermagem, 27(6), 567–572. https://doi.org/10.1590/1982-0194201400092

Cesar, M. P., Camponogara, S., Da Cunha, Q. B., Pinno, C., Girardon-Perlini, N. M. O., & Flores, C. L. (2019). Percepções e experiências de trabalhadores de enfermagem sobre o cuidado ao paciente em morte encefálica. Revista Baiana de Enfermagem‏, 33. https://doi.org/10.18471/rbe.v33.33359

Chehuen Neto, J. A., Ferreira, R. E., Assad, I. M., Santos, I. A., Santos, J. L. C. T. Dos, Paula, L. C., & Breder, S. D. (2019). Atualização dos critérios diagnósticos de morte encefálica: aplicação e capacitação dos médicos. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, 31(3), 303–311. https://doi.org/10.5935/0103-507X.20190055

Conselho Federal de Medicina (2017). Resolução CFM nº 2173. Brasília: CFM. https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2017/217

Conselho Federal de Medicina (2007). Resolução CFM nº 1.826. http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2007/1826_2007.htm.

Costa, C. R., Costa, L. P., & Aguiar, N. (2016). A enfermagem e o paciente em morte encefálica na UTI. Revista Bioética, 24(2), 368–373. https://doi.org/10.1590/1983-80422016242137

Costa, I. F., Mourão, J. J., Brito, M. C. C., Goyanna, N. F., Santos, T. C., & Santos, S. S. (2017). Fragilidades na atenção ao potencial doador de órgãos: percepção de enfermeiros. Revista Bioética, 25(1), 130–137. https://doi.org/10.1590/1983-80422017251174

Costa, N., Oliveira, L., Santos, A., Leal, H., & Sousa, T. (2018). Manejo dos pacientes em morte encefálica. Revista de Enfermagem UFPE on line, 12(4), 953-961. doi:https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i4a110145p953-961-2018

Doria, D., Doria, D. L., Leite, P. M. G., Brito, F. P. G., Brito, G. M. G. de, Resende, G. G. S., & Santos, F. L. L. S. M. (2016). Conhecimento do enfermeiro no processo de doação de órgãos. Enfermagem Em Foco, 6(1/4), 31–35. https://doi.org/10.21675/2357-707X.2015.v6.n1/4.573

Freire, I. L. S., Mendonça, A. E. O. de, Freitas, M. B. de, Melo, G. D. S. M., Costa, I. K. F., & Torres, G. D. V. (2014). Conocimiento del equipo de enfermería sobre la muerte encefálica y la donación de órganos. Enfermería Global, 13(4), 179–207. https://doi.org/10.6018/eglobal.13.4.175961

Freire, I. L. S., Mendonça, A. E. O. de, Pontes, V. O. de, Vasconcelos, Q. L. D. A. Q., & Torres, G. de V. (2012). Morte encefálica e cuidados na manutenção do potencial doador de órgãos e tecidos para transplante. Revista Eletrônica de Enfermagem, 14(4), 903–912. https://doi.org/10.5216/REE.V14I4.14598

Guido, L. de A., Linch, G. F. da C., Andolhe, R., Conegatto, C. C., & Tonini, C. C. (2009). Stressors in the nursing care delivered to potential organ donors TT - Factores de estrés en la asistencia de enfermería al potencial donador de órganos TT - Estressores na assistência de enfermagem ao potencial doador de órgãos. Rev. Latinoam. Enferm, 17(6), 1023–1029. Retrieved from http://scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692009000600015

Guimarães, J. B., Barbosa, N. M., Batista, M. de A., & Passos, X. S. (2012). Conhecimento dos enfermeiros sobre condutas na prevenção, manutenção e no controle da temperatura de potenciais doadores de órgãos. J. Health Sci. Inst, 30(4). Retrieved from http://www.unip.br/comunicacao/publicacoes/ics/edicoes/2012/04_out-dez/V30_n4_2012_p365a368.pdf

Lemes, M. M.D.D & Bastos, M. A.R. (2007). Os cuidados de manutenção dos potenciais doadores de órgãos: estudo etnográfico sobre a vivência da equipe de enfermagem. Revista Latino Americana de Enfermagem, 15(5). Retrieved from www.eerp.usp.br/rlae

Longuiniere, A. C. F. D. La, Lobo, M. P., Leite, P. L., Barros, R. D. C. S., Souza, A. N., & Vieira, S. N. S. (2016). Knowledge of critical care nurses about the process of brain death diagnosis. Revista Da Rede de Enfermagem Do Nordeste, 17(5), 691. https://doi.org/10.15253/2175-6783.2016000500015

Magalhães, A. L. P., Erdmann, A. L., Sousa, F. G. M. de, Lanzoni, G. M. de M., Silva, E. L. da, & Mello, A. L. S. F. de. (2018). Significados do cuidado de enfermagem ao paciente em morte encefálica potencial doador. Revista Gaúcha de Enfermagem, 39(0), e20170274. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2018.2017-0274

Magalhães, J. V., Veras, K. N., & Mendes, C. M. de M. (2016). Avaliação do conhecimento de médicos intensivistas de Teresina sobre morte encefálica. Revista Bioética, 24(1), 156–164. https://doi.org/10.1590/1983-80422016241117

Meneses, E. A., Souza, M. F. B., Baruzzi, R. M., Machado Do Prado, M., & Garrafa, V. (2010). Análise bioética do diagnóstico de morte encefálica e da doação de órgãos em hospital público de referência do Distrito Federal. Revista Bioética, 18(2), 397–412. Retrieved from https://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/572

Moraes, E. L., Neves, F. F., Dos Santos, M. J., Merighi, M. A. B., & Massarollo, M. C. K. B. (2015). Experiências e expectativas de enfermeiros no cuidado ao doador de órgãos e à sua família. Revista Da Escola de Enfermagem Da USP, 49(SpecialIssue2), 129–135. https://doi.org/10.1590/S0080-623420150000800018

Moraes, E. L. de, Santos, M. J. dos, Merighi, M. A. B., & Massarollo, M. C. K. B. (2014a). Experience of nurses in the process of donation of organs and tissues for transplant. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 22(2), 226–233. https://doi.org/10.1590/0104-1169.3276.2406

Neves, A. R. das, Duarte, E., & Mattia, A. L. De. (2008). Notificação de morte encefálica em doação de órgâos. REME Rev. Min. Enferm, 213–218.

Paula, C. C., Padoin, S. M. M., & Galvão. C. M. (2016). Revisão integrativa como ferramenta para tomada de decisão na prática em saúde. In: Lacerda, M. R. & Costenaro, R. G. S. (Orgs). Metodologias da Pesquisa para a enfermagem e Saúde: da teoria à prática (p.51-76). Porto Alegre: Moriá.

Pestana, A. L., Erdmann, A. L., & Sousa, F. G. M. de. (2012). Emergindo a complexidade do cuidado de enfermagem ao ser em morte encefálica. Escola Anna Nery, 16(4), 734–740. https://doi.org/10.1590/S1414-81452012000400013

Schein, A. E., Carvalho, P. R. A., Rocha, T. S. da, Guedes, R. R., Moschetti, L., La Salvia, J. C., & La Salvia, P. C. (2008). Avaliação do conhecimento de intensivistas sobre morte encefálica. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, 20(2), 144–148. https://doi.org/10.1590/S0103-507X2008000200005

Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (2018). Manual para notificação, diagnóstico de morte encefálica e manutenção do potencial doador de órgãos e tecidos 3ª ed. [Manual]. Curitiba: Sistema Estadual de Transplantes. http://coimplante.odo.br/Biblioteca/Publica%C3%A7%C3%B5es%202019/Protocolo%20de%20Morte%20Encef%C3%A1lica%2003.09%20novo.pdf.

Silva, F. A. A., Cunha, D. S. P., Lira, J. A. C., Ribeiro, J. F., Campelo, G. V. de S., & Nunes, B. M. V. T. (2018). Morte encefálica e manutenção de órgãos: conhecimento dos profissionais intensivistas TT - Brain death and organ maintenance: knowledge of intensive care professionals. Rev. enferm. UFPE on line, 12(1), 51–58. Retrieved from https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/25130/25852

Silva, T. R. B., Nogueira, M. A., & Sá, A. M. M. (2016). Conhecimento da equipe de enfermagem acerca dos cuidados com o potencial doador em morte encefálica. Rev. enferm. UFPI, 5(4), 24–30. Retrieved from http://www.ojs.ufpi.br/index.php/reufpi/article/view/5641

Silva, T. R., Alves, M. D. S., Braz, P. R., & Carbogim, F. D. C. (2018). Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante: vivência dos enfermeiros. Revista Enfermagem UERJ, 26(0), e34120. https://doi.org/10.12957/reuerj.2018.34120

Souza, D. R. S., Tostes, P. P., & Silva, A. S. (2019). Morte Encefálica: Conhecimento e Opinião dos Médicos da Unidade de Terapia Intensiva. Revista Brasileira de Educação Médica, 43(3), 115–122. https://doi.org/10.1590/1981-52712015v43n3rb20180122

Souza, S. S., Borenstein, M. S., Silva, D. M. G. V., Souza, S. S., & Carvalho, J. B. (2013a). Situações de estresse vivenciadas pela equipe de enfermagem no cuidado ao potencial doador de órgãos. Rev. pesqui. Cuid.fundam. (Online), 42-52. https://pesquisa.bvsalud.org/enfermeria/resource/pt/lil-683548

Souza, S. S., Borenstein, M. S., Silva, D. M. G. V., Souza, S. S., & Carvalho, J. B. (2013b). Estratégias de enfrentamento da enfermagem no cuidado ao potencial doador de órgãos. Rev Rene (Online), 92–100. https://doi.org/10.15253/2175-6783.2013000100011

Vesco, N. L., Nogueira, C. S., Lima, R. F., Souza, V. N., Brasil, B. M. B. L., & Viana, C. D. M. R. (2016). Conhecimento do enfermeiro na manutenção do potencial doador de órgãos e tecidos para transplante. Rev. enferm. UFPE on line, 10(5), 1615–1624. Retrieved from http://www.revista.ufpe.br/revistaenfermagem/index.php/revista/article/viewFile/8986/pdf_10146

Westphal, G. A., Garcia, V. D., Souza, R. L. de, Franke, C. A., Vieira, K. D., Birckholz, V. R. Z., … Andrade, J. de. (2016). Guidelines for the assessment and acceptance of potential brain-dead organ donors. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, 28(3), 220–255. https://doi.org/10.5935/0103-507X.20160049

Downloads

Publicado

01/03/2022

Como Citar

FLORES, C. M. L.; SILVA, R. M. da; CENTENARO, A. P. F. C.; CAMPONOGARA, S.; ZAMBERLAN, C. .; TAMIOZZO, J. Fatores potencializadores e limitadores na identificação e manutenção do potencial doador de órgãos. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 3, p. e42011326676, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i3.26676. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/26676. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde