Mortalidade por causas evitáveis na infância nas regiões brasileiras entre 2010-2019
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i4.26867Palavras-chave:
Mortalidade da Criança; Causas de morte; Brasil.Resumo
Objetivo: descrever o cenário de mortalidade por causas evitáveis de crianças menores de cinco anos, residentes nas regiões brasileiras, entre os anos de 2010 e 2019. Metodologia: trata-se de um estudo ecológico que utilizou a Lista de Causas de Mortes Evitáveis por Intervenções do Sistema Único de Saúde (SUS) e dados oficiais do Ministério da Saúde. Foram calculados a Taxa de Mortalidade na Infância (TMIN) e a TMIN por causas evitáveis, mortalidade evitável proporcional por regiões e por grupos de causas, além de identificadas as características sociodemográficas da gestante e do recém-nascido das regiões do Brasil, comparando o primeiro com o segundo quinquênio da década em estudo. Resultados: no período estudado, ocorreram 439.204 óbitos de crianças na infância, dos quais 65,3% seriam evitáveis. Houve uma queda na TMIN e na TMIN por causas evitáveis em todas as regiões, apesar dessas causas se mostrarem heterogêneas. Predominaram os óbitos reduzíveis por adequada ‘atenção à mulher na gestação’ e mais de 80% deles ocorreram em menores de um ano. Dentre as crianças que morreram com até um ano de idade, a maioria apresentou baixo peso ao nascer e eram filhos de mães jovens e com ensino médio incompleto. Conclusão: as características e predominância da mortalidade evitável indica as fragilidades na assistência à saúde do binômio mãe-filho, tornando imperioso combater as disparidades regionais que nela interferem.
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