Mortalidade por neoplasia maligna do colo do útero no estado do Ceará de 2014 a 2019: perfil epidemiológico
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i5.27317Palavras-chave:
Câncer do colo do útero; Mortalidade; Saúde da mulher; Desigualdade social; Epidemiologia.Resumo
O presente trabalho teve como objetivo avaliar a mortalidade por neoplasia maligna do colo do útero no estado do Ceará de 2014 a 2019 e traçar o perfil epidemiológico. Trata-se de um estudo epidemiológico de caráter retrospectivo, exploratório, quantitativo e descritivo com coleta de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), obtidos no sítio eletrônico do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), com observação das variáveis: ano do óbito, faixa etária, escolaridade, cor/raça e local de ocorrência. O processamento dos dados foi por meio dos softwares Microsoft Office Excel® 2013 e Microsoft Word® 2013 e do programa TabNet Win32 versão 3.0. No total foram notificados 1.757 óbitos por CCU, sendo que os anos de 2017, 2018 e 2019 foram os que apresentaram mais registros, com índice de 18,4%, 17,7% e 18,0%, respectivamente. As mulheres que não possuíam nenhuma escolaridade 456 (26,0%) e aquelas que passaram de 1 a 3 anos 476 (27,1%) em um ambiente escolar foram as mais afetadas. Quanto aos locais de ocorrência, o ambiente hospitalar obteve maior destaque com (1048) 59,6% das notificações. Ainda, 73,6% foram da raça/cor parda e mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos foram as mais acometidas. O crescente número de notificações mostra que medidas de rastreamento e campanhas socioeducativas vêm se realizando mais regularmente, porém, o número de mortes demonstra que essas medidas devem ser intensificadas, visto que se trata de uma doença de fácil diagnóstico, e se identificadas precocemente à taxa de mortalidade diminui consideravelmente.
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