Questões de Gênero e Violências na Escola: uma revisão de literatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i4.27357

Palavras-chave:

Violência; Escola; Desigualdades; Gênero.

Resumo

Este artigo é um convite às reflexões sobre as múltiplas faces das violências de gênero nos diversos espaços da sociedade. Partimos de que as concepções essencialistas naturalizam e justificam as diferenças entre os sujeitos, as quais têm sido ingredientes para as várias manifestações desse fenômeno, como nos espaços formais de ensino. Desse modo, o objetivo principal desse artigo pauta-se em analisar as violências de gênero a partir de pesquisas publicadas em artigos científicos por meio da base de dados da Biblioteca Eletrônica Científica Online (SCIELO) no período de 2012 - 2021. A presente pesquisa é de cunho bibliográfico e fez uso da revisão de literatura, cujos dados foram analisados mediante abordagem qualitativa. Na construção do trabalho utilizamos critérios de seleção para as publicações analisadas, tais como, questão norteadora, descritores (violência, gênero e escola), artigos com texto completo na íntegra no idioma português com pressupostos teóricos metodológicos bibliográficos e de campo, nas diversas áreas temáticas, publicados no período citado anteriormente, inseridos em periódicos de qualis A e B. Nos resultados constatamos que as violências de gênero permeiam as vidas de pessoas no contexto escolar e em outros ambientes, de todas as faixas etárias, independentemente de classe, sexo e raça. Entretanto, os indicadores apresentam maior frequência para os sujeitos com baixos escores econômicos; de cor não-branca (mulheres e homens, heterossexual ou não, de todas as faixas etárias) e baixa escolaridade.

Biografia do Autor

Adriana da Silva Dias, Universidade Estadual do Maranhão

Formação em Pedagogia pela Universidade Estadual do Maranhão - UEMA (2021). Desenvolve estudos acerca das Violências de Gênero na Escola. Integrante do Grupo de Pesquisa Questões Educacionais: desigualdade, inclusão e diversidade nas perspectivas socioeconômica, étnico-racial e de gênero - GEDDIN/UEMA. Atuando na linha de pesquisa: Educação e diversidade nas perspectivas étnico-racial e de gênero.

Márcia Cristina Gomes, Universidade Estadual do Maranhão

Possui graduação em Serviço Social pela Universidade Federal do Maranhão (1988), especialização em Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Estadual do Maranhão (1995) e mestrado em Pedagogia Profissional pelo Instituto Superior Pedagógico para la Educacion Tecnica y Profesional (2000) -ISPETP-Cuba/CEFET-MA. Revalidação pela Universidade Federal do Piaui (2011). Doutora em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2015). Professora Adjunta da Universidade Estadual do Maranhão. Coordenadora do grupo de estudos Questões Educacionais: desigualdade, inclusão e diversidade nas perspectivas socioeconômica, étnico-racial e de gênero - GEDDIN.

Maria José Santos Rabelo, Universidade Estadual do Maranhão

Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão, Especialização em Educação Especial e Práticas Inovadoras e Especialização em Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Estadual do Maranhão, Mestrado em Educação pela Universidade Federal do Maranhão. Professora aposentada da rede pública estadual de ensino do Maranhão. É professora Assistente IV no Departamento de Educação e Filosofia da Universidade Estadual do Maranhão. Ministra as disciplinas de Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática, Fundamentos e Metodologia do Ensino Língua Portuguesa, Planejamento Educacional, Didática e Estágio Supervisionado nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Didática, Psicologia da Educação, Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa e da Matemática. Atua principalmente nos seguintes temas: educação, ensino- aprendizagem, metodologia, trabalho docente e inclusão . Atualmente, cursa Doutorado em Educação -PPGED na Universidade Federal do Pará com ingresso em 2019, na Linha de Pesquisa Formação de professores, trabalho docente, teorias e práticas educacionais. É membro do Grupo de Estudo e Pesquisas em Política Educacional, Formação e Trabalho Docente - GESTRADO/PPGED/UFPA e do Grupo de Estudos Questões Educacinais: desigualdade, inclusão e diversidade nas perspectivas sócio-econômica étnico-racial e de gênero - GEDDIN - Defil/CECEN/UEMA

Referências

Abramovay, M. et al. (2006). Cotidiano das escolas: entre violências. Observatório de Violência. UNESCO. http://www.dominiopublico.gov.br/dowload/texto/ue000179.pdf

Abramovay, M. (2003). Violências nas escolas: versão resumida. Brasília. UNESCO. http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ue000093.pdf

Auad, D. (2019). Educar meninos e meninas: relações de gênero na escola. Editora Contexto.

Abreu, M. A. A. et al. (2011). Igualdade de gênero e políticas públicas. In: Schiavinatto, F. (Ed.) Sistema de indicadores de percepção social. Brasília. Ipea.http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/3097/1/Livro_Sistema pdf

Bandeira, L. (2013). A violência doméstica: uma fratura social nas relações vivenciadas entre homens e mulheres. In: Venturi, G. & Godinho, T. (org.) Mulheres Brasileiras e gêneros nos espaços públicos e privado: uma década de mudanças na opinião pública. São Paulo. Fundação Perseu Abramo. Edições Sesc SP. 63 – 78. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/937208/ pdf

Bauman, Z. (1999). O mal-estar da pós-modernidade. Editora Schwarcz-Companhia das Letras.

Brasil. (2020). Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA. Rio de Janeiro. Atlas da Violência. https://www.ipea.gov.br

Brasil. (2019). Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Fórum Brasileiro de Segurança Pública. http://www.forumseguranca.org.br

Brasil. (2020). Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Fórum Brasileiro de Segurança Pública. https://forumseguranca.org.br

Brito, C. C., & Oliveira, M. T. (2013). Bullying e auto estima em adolescentes de escolas públicas. Jornal de Pediatria, 89 (6), 601-607 (ISSN 0021-7557). https://doi.org/10.1016/j.jped.2013.04.001

Couto, M. A. S. (2007). Violências e representações de gênero no cotidiano escolar. Scientia Plena, 3 (5), 1-9.

Ceccon, R. F., Meneghe, S. N., & Iniguez-Rueda, L. (2020). Vidas nuas: mulheres com HIV/aids em situação de violência de gênero. Saúde e Sociedade, 29 (4), 1-12. https://doi.org/10.1590/s0104-12902020170575

Cecchetto, F., Ribeiro, F. M. L., & Oliveira, Q. B. M. (2010). Gênero e Sexualidade e Raça: dimensões da violência no contexto escolar. In: Assis, S. G. et al., (org.). Impactos da violência na escola: um diálogo com professores. Rio de Janeiro. Fiocruz. https://books.scielo.org/id/szv5t/pdf/assis-9788575413302-07.pdf

Couto, M. A. S. (2012). Violência e gênero no cotidiano escolar. Editora Ufs.

Dornelas, R., et al. (2017). Situações de violência na escola e a voz do professor. Codas, 9 (4), 1-4. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20172017053

Ferreira, S. A. (2011). Percepções das identidades sociais de raça/etnia e gênero na escola: vozes de professoras e alunos/as. 128. (Dissertação). Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. Cascavel. http://tede:unioeste:br/bitstream/tede/2517/1/susana:pdf.

Fraser, N. (2006). Da redistribuição ao conhecimento? Dilemas da justiça numa era “pós-socialista”. Cadernos de Campo, 15 (14-15), 231-239. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v15i14-15p231-239

Gama, A., Verissimo, A., & Tomas, C. (2017). Violência no Namoro na Escola Superior de Educação de Lisboa. Ex - aequo, 1 (36), 77-98.

http://dx.doi.org/10.22355/exaequo.2017.36.05

Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. Atlas.

Jesus, J.G. (2012). Orientações sobre identidade de gênero: conceitos e termos. Eda/Fbn. https://www.dive.sc.gov.br/conteudos/agravos/publicacoes

Louro, G. L. (1997). Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós - estruturalista. Vozes.

Minayo, M.C. S. (2014). O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. Hucitec.

Minayo, M. C. S. (2013). Conceitos, teorias e tipologias de violência: a violência faz mal à saúde. In: Njaine, K., Assis, S. G., & Constantino, P. (Org.). Impactos da Violência na Saúde. EAD/ENSP. https://static.scielo.org/scielobooks/7yzrw/pdf/njaine-9788575415887.pdf

Moreira, M. I. C. et al. (2018). Mulheres, travestis e transexuais: interseções de gênero em documentos de políticas públicas. Factal: Revista de Psicologia, 30 (2), 234-242. https://doi.org/10.22409/1984-0292/v30i2/5545

Oliveira, R. N. G. de., & Fonseca, R. M. G. S. da. (2019). Amor e violência em jogo: descortinando as relações afetivo-sexuais entre jovens a luz de gênero. Interface, Comunicação, Saúde, Educação, 23 (1), 1-16. https://doi.org/10.1590/interface.180354

Oliveira, L., & Santos, S. M. de M. (2010). Igualdade nas relações de gênero na sociedade do capital: limites, contradições e avanços. Katálysis, 13 (1), 1-9. https://doi.org/10.1590/S1414-49802010000100002

Onubr. (2016). Glossário de termos do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5: alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. http://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2017/05/Glossario-ODS-5.pdf

Pereira, A. C. (2016). Todas as histórias de violências doméstica se assemelham: o olhar e arte como dispositivos libertadores. Intercom - Revista Brasileira de Ciências da Educação, 39 (2), 81-98. https://doi.org/10.1590/1809-5844201626

Pnud. (2020). Perspectivas de Desenvolvimento Humano em 2020, combate às normas sociais: uma mudança de jogo nas desigualdades de gênero. https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/presscenter/articles/2019/dia-internacional-da-mulher-2020.html

Rosário, A. C., Candeias, A., & Melo, M. (2017). Violência entre pares na adolescência: um estudo com estudantes no início e no final do 3º ciclo do ensino básico. Psicologia, 31 (2) 57-68. https://doi.org/10.17575/rpsicol.v31i2.1153

Rother, E. T. (2007). Revisão sistemática x Revisão narrativa. Acta paul, 20 (2), 1-2. https://doi.org/10.1590/S0103-21002007000200001

Saffioti, H. I. B. (2004). Gênero, patriarcado, violência. Fundação Perseu Abramo.

Saffioti, H. I. B. (2001). Contribuições feministas para o estudo da violência de gênero. Cadernos Pagu, 16, 115-136. https://doi.org/10.1590/S0104-83332001000100007

Saffioti, H. I. B. (1987). O poder do Macho. Moderna.

Sousa, A. M. et al. (2021). Questão de Gênero na Escola e a Influência da Sociedade. In: Oliveira, M. S. Cultura da Infância desde o século XIII, as relações sociais na escola, a influência da sociedade nos gêneros e os procedimentos de pesquisa e análise, 1-25. https://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/questao-genero-na-escola-influencia-sociedade.htm.

Unesco. (2015). Violência de gênero em escolas impede milhões de alcançar potencial acadêmico. https://agenciapatriciagalvao.org.br/mulheres-de-olho/unesco-violencia-de-genero-em-escolas-impede-milhoes-de-alcancar-potencial-academico/

Unesco. (2019). Violência escolar e bullying: relatório sobre a situação mundial. Brasília. Unesco. https://prceu.usp.br/repositorio/violencia-escolar-e-bullying-relatorio-sobre-a-situacao-mundial/.

Villela, W. V., & Barbosa, R. M. (2017). Trajetórias de mulheres vivendo com HIV/aids no Brasil. Avanços e permanências da resposta a epidemia. Ciência e Saúde Coletiva, 22 (1), 87-96. https://doi.org/10.1590/141381232017221.14222016

Xavier Filha, C. (2015). Violências e direitos humanos em pesquisa com crianças. Educação e Pesquisa, 41, 1569-1583. https://doi.org/10.1590/S151797022015082229

Downloads

Publicado

18/03/2022

Como Citar

DIAS, A. da S. .; GOMES, M. C. .; RABELO, M. J. S. Questões de Gênero e Violências na Escola: uma revisão de literatura. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 4, p. e26411427357, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i4.27357. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/27357. Acesso em: 3 jul. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Revisão