Alimentação e sibilância em lactentes menores de 180 dias beneficiários do Programa Bolsa Família

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i3.2759

Palavras-chave:

Sons respiratórios; Criança; Fatores de risco; Aleitamento materno; Nutrição da criança.

Resumo

Verificar a associação entre a alimentação de lactentes menores de 180 dias, beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF) e a ocorrência de sibilância. Pesquisa de delineamento transversal. A população foi constituída por crianças menores de 180 dias, atendidas em 11 unidades de Estratégias Saúde da Família (ESF), da cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul. A coleta de dados foi obtida no momento das pesagens anuais obrigatórias do PBF. Utilizou-se um questionário padronizado e incluíram-se os Marcadores de Consumo Alimentar e o Questionário Escrito - Estudo Internacional de Sibilância em Lactentes (QE-EILS). Para análise dos dados utilizou-se o teste qui-quadrado e a razão de prevalência (RP) com intervalo de confiança de (IC) 95%. O nível de significância adotado foi de 5%. Foram avaliados 47 lactentes, com idade média de 123,49±55,54 dias, sendo 24(51,1%) do sexo masculino. Quanto ao QE-EILS, 26(55,3%) lactentes têm familiares com asma e 23(48,9%) apresentaram sibilância nos últimos seis meses. Houve associação estatisticamente significativa entre a sibilância nos últimos seis meses e o consumo de leite materno (RP 0,45; IC95%: 0,32-0,63), (p=0,021), suco de frutas (RP 1,85; IC95%: 1,14-2,99), (p=0,039), frutas (RP 2,08; IC95%: 1,29-3,36), (p=0,010) e de comida de sal (RP 1,96; IC95%: 1,21-3,16), (p=0,020). Crianças que não recebiam leite materno, e as que receberam frutas, comida de sal, leite de vaca, suco e água nos primeiros 180 dias de vida apresentaram maior prevalência de sibilância e outros sintomas respiratórios, motivo pelo qual é importante fomentar as recomendações de alimentação e nutrição adequadas na infância.

Referências

Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. (2019). Critério Brasil 2015. Acesso em fev. 2020, em: <http://www.abep.org/criterio-brasil>.

Brasil (2010). Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção em Saúde. Departamento de Atenção Básica. Alimentação e nutrição para as famílias do programa bolsa família: manual para os agentes comunitários de saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção em Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde (Série A. Normas e Manuais Técnicos

Brasil (2015). Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Orientações para avaliação de marcadores de consumo alimentar na atenção básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde.

Brasil (2005). Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Estratégia Nacional para Promoção do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável no Sistema Único de Saúde: manual de implementação / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde.

Carlín, F.L.V. (2015). Alimentación complementaria temprana como factor asociado a asma bronquial em niños de 5 a 14 años. Cientifik-k, 3(2). Acesso em fev. 2020, em <http://revistas.ucv.edu.pe/index.php/CIENTIFI-K/article/view/907/711>.

Carmo, A. S. D., Almeida, L. M. D., Oliveira, D. R. D., & Santos, L. C. D. (2016). Influence of the Bolsa Família program on nutritional status and food frequency of schoolchildren. Jornal de pediatria, 92(4), 381-387.

Chatkin, M. N., & Menezes, A. M. B. (2005). Prevalência e fatores de risco para asma em escolares de uma coorte no sul do Brasil. Jornal de Pediatria, 81(5), 411-416.

Chong Neto, H. J., Rosário, N. A., Solé, D., & Mallol, J. (2007). Prevalência de sibilância recorrente em lactentes. Jornal de Pediatria, 83(4), 357-362.

Chong Neto, H. J., & Rosário, N. A. (2008). Fatores de risco para sibilância no primeiro ano de vida. Jornal de Pediatria, 84(6), 495-502.

Dela Bianca, A. C. C., Myagi, K., Camargo, L., Cezarin, D., Wandalsen, G. F., & Solé, D. (2007). Estudo internacional de sibilancias em lactentes (EISL): validação de questionário escrito para lactentes com até 36 meses de vida na cidade de São Paulo. Rev. bras. alergia imunopatol, 232-239.

Dela Bianca, A. C. C., Wandalsen, G. F., Mallol, J., & Solé, D. (2010). Prevalência e gravidade da sibilância no primeiro ano de vida. Jornal Brasileiro de Pneumologia, 36(4), 402-409.

Freitas Araújo, R. R., Costa, J. V., & Junior, V. D. S. C. (2018). The Presence of Food (In) Security among the Beneficiaries of the Bolsa Família of the Northeast Region of Brazil. Research, Society and Development, 7(6), 1476346.

Kurukulaaratchy, R. J., Matthews, S., & Arshad, S. H. (2006). Relationship between childhood atopy and wheeze: what mediates wheezing in atopic phenotypes?. Annals of Allergy, Asthma & Immunology, 97(1), 84-91.

Lustosa W.A., Melo M.L.V., Isidório U.A., Sousa, M.N.A et al (2013). Fatores de risco para sibilância recorrente em lactentes. Journal of Human Growth and Development, 23(2), 203-208.

Medeiros, D., Silva, A. R., Rizzo, J. Â., Sarinho, E., Mallol, J., & Solé, D. (2011). Prevalência de sibilância e fatores de risco associados em crianças no primeiro ano de vida, residentes no Município de Recife, Pernambuco, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 27(8), 1551-1559.

Nascimento, J. X. P. T., Ribeiro, C. C. C., Batista, R. F. L., de Britto, M. T. S. S., Simões, V. M. F. et al (2017). The First 1000 Days of Life Factors Associated with “Childhood Asthma Symptoms”: Brisa Cohort, Brazil. Scientific reports, 7(1), 1-12.

Rio Grande do Sul (RS) (2018). Prefeitura Municipal de Santa Maria, Secretaria de Município de Saúde. Relatório Físico Financeiro e de Indicadores 1º Quadrimestre de 2018. Jun 2018. Acesso em fev. 2020, em: <https://www.santamaria.rs.gov.br/inc/view_doc.php?arquivo_dir=2018&dir_mes=08&arquivo_nome=D21-608.pdf&doc_gc=1>.

Rojas, M.S., & Martínez, Y. M. (2016). Índice predictivo de asma y factores asociados en menores de cinco años con sibilancias recurrentes. Revista ElectróNica Dr. Zoilo E. Marinello Vidaurreta, 41(1).

Rosa, A. M., Jacobson, L. D. S. V., Botelho, C., & Ignotti, E. (2013). Prevalência de sibilância e fatores associados em crianças menores de 5 anos de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 29(9), 1816-1828.

Rusconi, F., Galassi, C., Corbo, G. M., Forastiere, F. et al. (1999). Risk factors for early, persistent, and late-onset wheezing in young children. American journal of respiratory and critical care medicine, 160(5), 1617-1622.

Schneider, A. P., Stein, R. T., & Fritscher, C. C. (2007). O papel do aleitamento materno, da dieta e do estado nutricional no desenvolvimento de asma e atopia. Jornal Brasileiro de Pneumologia, 33(4), 454-462.

Selby, A., Munro, A., Grimshaw, K. E., Cornelius, V. et al (2018). Prevalence estimates and risk factors for early childhood wheeze across Europe: the EuroPrevall birth cohort. Thorax, 73(11), 1049-1061.

Silvani, J., Buss, C., Pena, G. D. G., Recchi, A. F., & Wendland, E. M. (2018). Consumo alimentar de usuários do Sistema Único de Saúde segundo o tipo de assistência e participação no Bolsa Família. Ciência & Saúde Coletiva, 23, 2599-2608.

Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) (2012). Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o manejo da asma-2012. J Bras Pneumol, 38(Suplemento 1).

Urrutia-Pereira, M., Avila, J., & Solé, D. (2016). The Program for the Prevention of Childhood Asthma: a specialized care program for children with wheezing or asthma in Brazil. Jornal Brasileiro de Pneumologia, 42(1), 42-47.

Wilson, A. C., Forsyth, J. S., Greene, S. A., Irvine, L., Hau, C., & Howie, P. W. (1998). Relation of infant diet to childhood health: seven year follow up of cohort of children in Dundee infant feeding study. Bmj, 316(7124), 21-25.

World Health Organizatio. (2006). The WHO Anthro Software. Acesso em fev. 2020, em <https://www.who.int/childgrowth/software/en/>.

Downloads

Publicado

11/03/2020

Como Citar

DA CRUZ, A. H.; FILIPPIN, N. T.; BOSA, V. L.; BENEDETTI, F. J. Alimentação e sibilância em lactentes menores de 180 dias beneficiários do Programa Bolsa Família. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 3, p. e195932759, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i3.2759. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/2759. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde