Fatores de risco para alterações da integridade da pele frente ao uso de equipamento de proteção individual no enfrentamento da COVID-19: estudo retrospectivo
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i4.27720Palavras-chave:
Fatores de risco; Equipamento de proteção individual; Pele; COVID-19; Profissionais de saúde.Resumo
Objetivo: identificar os principais fatores de risco relacionados aos problemas de pele relacionados ao uso de equipamento de proteção individual (EPI)/paramentação e as principais medidas preventivas. Metodologia: Pesquisa exploratória descritiva quantitativa, dados coletados em janeiro de 2022 com profissionais atuantes durante a pandemia de coronavírus (COVID-19) que se submeteram ao uso de EPI/paramentação em um hospital universitário no Rio de Janeiro. Resultados: Foram entrevistados 84 profissionais, sendo 56 (66,7%) feminino e 28 (33,3%) masculino. Prevaleceram a raça branca (60%) e a faixa etária entre 20 e 30 anos (44%). Profissionais de enfermagem foram os mais acometidos (50%). Acerca dos sinais e sintomas relatados durante uso de EPI, 71 (85%) afirmaram ocorrência de vermelhidão na pele, 30 (36%) pressão sobre a pele, 55 (65%) alteração da umidade, 51 (60%) referiram dor ou ardência e 24 (28%) alterações na pele que podem ter sido secundárias a um ou mais fatores de risco referidos anteriormente. Conclusão: O cenário pandêmico gerou risco adicional para persistência de fatores de risco devido ao uso prolongado de EPI/paramentação, pois determinou uso contínuo destes por longos períodos e por vezes sem respeitar medidas seguras de prevenção. Observou-se a manutenção dos fatores de risco (pressão, fricção e umidade) durante utilização dos EPI necessários para a proteção com vistas à manutenção da assistência. Portanto, há necessidade de educação em saúde da equipe de saúde sobre as principais medidas preventivas que devem ser realizadas a fim de evitar alterações da integridade da pele - fundamental para a saúde do trabalhador.
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