Influência da aplicação foliar de silício no desenvolvimento e produtividade do milho sob déficit hídrico no semiárido piauiense
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i5.28051Palavras-chave:
Zea mays L; Estresse; Adubação silicatada.Resumo
O silício tem sido associado a efeitos benéficos para as plantas como tolerância a déficit hídrico, stress salinos e menor transpiração. Este trabalho objetivou-se avaliar o efeito da aplicação de silício no desenvolvimento e produtividade do milho submetido a diferentes períodos de déficit hídrico no Semiárido piauiense. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, em arranjo fatorial 4x2, formados pela combinação de quatro doses de silício (0, 50, 100 e 200% da dose recomendada) e duas condições de déficit hídrico (moderado e severo), com quatro repetições. A dose recomendada foi de 1,0 L ha-1 do silicato, conforme o fabricante. A variedade utilizada foi a super precoce BRS Gorutuba. Cada parcela consistiu em quatro fileiras de 4,0 m espaçadas a 0,80 m uma da outra, considerando área útil às fileiras centrais e as extremas como bordadura. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F. Para a verificação da dose ótima de silício, para cada intensidade de stress foi aplicada à análise de regressão polinomial (P<0,05). Houve efeito significativo da interação para as variáveis massa fresca da parte aérea, massa seca da parte aérea e produtividade. As doses de 0,84 e 0,55 L ha-1 de silício foram as mais indicadas para o déficit moderado e severo, respectivamente. Doses acima de 1L ha-1 proporcionaram redução do crescimento e produtividade do milho.
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