O descarte dos insumos para o tratamento com insulina do paciente com Diabetes Mellitus no Brasil e a importância de programas de educação continuada para a preservação do meio ambiente
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i5.28373Palavras-chave:
Diabetes Mellitus; Insulina; Tratamento; Educação; Meio ambiente.Resumo
O tratamento do Diabetes Mellitus (DM) por meio da insulinoterapia leva à produção de resíduos que se não descartados adequadamente podem trazer impactos negativos ao meio ambiente. A presente revisão narrativa tem como objetivo reunir evidências sobre como é feito o descarte dos insumos relacionados ao tratamento do DM usuários de insulina no Brasil, além de discutir a importância dos programas de educação continuada em DM para a orientação dos pacientes. Foram consultadas as bases Google Acadêmico, PubMed e Scielo, tendo como pergunta norteadora “Como é feito o descarte dos insumos relacionados ao tratamento do DM por pacientes que utilizam insulina no Brasil?”. Resultados: Foram incluídos 16 estudos, sendo 43,8% conduzidos na região Sudeste e nenhum na região Norte. O descarte mais frequente dos insumos foi o lixo comum, e na maior parte dos estudos os pacientes relataram não terem sido suficientemente bem orientados sobre como proceder após a utilização dos insumos relacionados ao tratamento. Conclusão: No Brasil, indivíduos com DM insulino dependentes, em sua maioria, fazem o descarte dos insumos relacionados ao tratamento da doença de modo inadequado, trazendo riscos potenciais para o meio ambiente. A baixa oferta de programas de educação em saúde é um fator que contribui para tal fato e, portanto, ações com foco na importância do uso consciente dos insumos, bem como na forma correta de seus descartes é latente. Compreender a importância do bom controle do DM é tão importante quanto à preocupação com o acondicionamento do lixo formado pelos resíduos do tratamento.
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