Perfil do uso de antifúngicos sistêmicos em uma Unidade de Terapia Intensiva de um hospital de alta complexidade
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.28385Palavras-chave:
Agentes Antifúngicos; Equinocandinas; Ensino de saúde; Unidade de terapia intensiva.Resumo
Nas últimas décadas, houve um aumento considerável na incidência e diversidade de infecções fúngicas, estima-se que 1,5 milhões de pacientes morrem anualmente no âmbito hospitalar em decorrência das infecções fúngicas invasivas. O objetivo deste artigo é avaliar o perfil de utilização de antifúngicos em adultos na UTI de um Hospital Universitário. Trata-se de um estudo transversal e retrospectivo realizado na UTI do Hospital Universitário Getúlio Vargas, localizado no Estado do Amazonas, pertencente ao Sistema Único de Saúde (SUS), no período de março/2019 a maio/2021. Ao total cem pacientes foram incluídos no estudo, a média de idade foi de 53,86 ± 16,11 anos e o tempo médio de permanência na unidade hospitalar foi de 41,08 ± 29,09 dias. A principal indicação para terapia antifúngica foi tratamento de infecção por cândida, seguida de infecções do trato respiratório. Dentre os tratamentos antifúngicos prescritos destacou-se a micafungina. Quando analisada o consumo por DDD observou-se que nos últimos anos ocorreu um aumento gradativo na utilização de micafungina. Nesse sentido, conclui-se que as complicações advindas da infecção por COVID-19 alteraram o perfil de utilização dessa importante classe. Nesse contexto, a CCIH representa um dos alicerces para instituição de critérios adequados na escolha da terapia antifúngica.
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