Fendas orofaciais e cardiopatias congênitas: existe relação?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i5.28469

Palavras-chave:

Fissura labial; Fissura palatina; Cardiopatias congênitas; Revisão de literatura; Ensino em saúde.

Resumo

As fendas orofaciais são deformidades craniofaciais congênitas comumente observada em crianças, especialmente as fissuras labiopalatinas, podem ser causadas por fatores ambientais, genéticos ou de origem desconhecida. Essas patologias podem ocorrer juntamente com outras malformações embrionárias, sendo as cardiopatias congênitas uma das mais comuns. Este estudo teve por objetivo realizar uma revisão integrativa da literatura sobre a relação entre as fendas orofaciais e as cardiopatias congênitas (CC), verificando os principais fatores de risco abordados na literatura e a prevalência dessas anomalias em conjunto. Para o levantamento dos artigos na literatura, foi realizada uma busca nas seguintes bases de dados: Google Acadêmico, Pubmed e Scielo. Foram utilizados, para busca dos artigos, os seguintes descritores e suas combinações nas línguas portuguesa e inglesa: “fenda palatina”, “fenda palatina associada a cardiopatias congênitas”, “prevalência de fendas palatinas”, “fendas orofaciais” e os mesmos termos traduzidos para a língua inglesa. A análise dos dados mostrou que o sexo masculino é o mais acometido pelas fendas orofaciais (55,1%), sendo a fenda lábio palatina o tipo mais prevalente (52,72%). Em relação às CC, estas estão presentes em até 16,57 % dos pacientes portadores de fendas orofaciais. Conclui-se, portanto, que as CC podem estar associadas às fendas orofaciais, embora isto ocorra na minoria dos casos. Uma possível explicação para este fato é a posição em que o feto se desenvolve no ventre materno, pois no período da embriogênese existe uma proximidade entre a face e o tórax.

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Publicado

09/04/2022

Como Citar

RIBEIRO, L. B. .; BRITO , E. C. .; ROSA, A. C. G. Fendas orofaciais e cardiopatias congênitas: existe relação?. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 5, p. e36711528469, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i5.28469. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/28469. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde