Prevalência de sintomas depressivos em professores e fatores associados
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.28564Palavras-chave:
Sintomas depressivos; Professores escolares; Ensino; Distúrbios da voz.Resumo
Este estudo objetivou avaliar a prevalência de sintomas depressivos em professores e os prováveis fatores associados. Trata-se de pesquisa quantitativa, descritiva, transversal, realizada com professores do 1º ao 9º ano do ensino fundamental de três escolas estaduais de Montes Claros, Minas gerais. As informações foram coletadas entre julho e agosto de 2020, via Google Forms. Foram aplicados os instrumentos Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9), Índice de Triagem de Distúrbio de Voz (ITDV) e um questionário sociodemográfico, ocupacional, sobre hábitos e comorbidades. Os dados obtidos foram transferidos para o Software Statistical Package for the Social Sciences - SPSS versão 20.0. Na análise estatística, utilizou-se a regressão de Poisson. Participaram do estudo 82 professores, sendo 90,2% do sexo feminino, com média de idade de 43,3 anos, carga horária superior a 20 horas semanais (70,7%). Observaram-se sintomas depressivos em 48,8%, dos quais 31,7% possuíam sintomas leves; 7,3%, moderados; 3,7% moderadamente graves; e 6,1%, sintomas graves. Houve significância estatística entre esses sintomas e distúrbio vocal (IC: 1,023-1,338) e falta de aquecimento vocal (IC: 1,118-1,535). Conclui-se que é elevada a prevalência de sintomas depressivos na população estudada e este problema emocional pode trazer prejuízos à voz.
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