Tempo de jejum e conteúdo estomacal no abate de suínos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.28638Palavras-chave:
Cadeia Produtiva; Carne Suína; Produção de Suínos; Qualidade da carne.Resumo
O objetivo deste trabalho foi observar, por meio do acompanhamento do manejo pré-abate e de abate de suínos, os efeitos do tempo de jejum na granja (seis, oito, dez e doze horas) e do período de descanso dos suínos no frigorífico, como também o conteúdo estomacal, o peso médio de carcaças e o rendimento de carcaças quentes. A observação foi realizada em um frigorífico de grande porte do Estado do Rio Grande do Sul, registrado no Serviço de Inspeção Federal (SIF), iniciando na propriedade de criação de suínos localizada próxima ao abatedouro, onde anterior ao dia de abate 320 fêmeas foram divididas em 4 lotes de 80 animais e cada lote recebeu a última refeição, seis, oito, dez e doze horas antes do horário previsto para o carregamento, ficando o restante do período em jejum na granja. Todas as etapas de manejo anterior ao abate foram acompanhadas a fim de mensurar os tempos realizados, como também o abate destes animais para a coleta do peso, rendimento e conteúdo estomacal, este último, sendo feito através da viragem do conteúdo de 35 unidades de estômagos por lote. Os resultados encontrados para o período de descanso e dieta hídrica de cada lote no abatedouro variou entre 07h:40min a 08h:40min, o tempo de jejum total variou de 21h:50 min a 16h:40 min, o peso do conteúdo sólido úmido total encontrado nos estômagos variou de 704,90 g à 1.273,30 g e peso mínimo das fêmeas foi de 92,10 kg e máximo de 96,85 kg e rendimento variando de 72,52% a 74,64%. Os resultados apresentados para os tempos de jejum dos suínos aplicados atendem o padrão de conteúdo estomacal tolerado pela indústria, sem ocorrer interferência no peso médio de carcaça, na condenação por contaminação na evisceração e no rendimento de carcaça quente.
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