Resiliência em enfermeiros da atenção terciária à saúde no contexto da pandemia Covid-19
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.29089Palavras-chave:
Enfermagem; Resiliência; Transtorno Mental; Pandemia de Covid-19.Resumo
Introdução: Enfermeiros são considerados protagonistas no enfrentamento da pandemia Covid-19. O desenvolvimento de medidas que promovam a resiliência no ambiente laboral é imprescindível. Objetivo: Analisar a associação entre resiliência e características socioeconômicas, laborais e de saúde de enfermeiros da atenção terciária de um município do interior de Mato Grosso no contexto da pandemia Covid-19. Método: Estudo transversal, realizado com enfermeiros da atenção terciária à saúde. Os dados foram coletados por meio de questionário socioeconômico, laboral e de saúde, escola de resiliência e do Self Report Questionare-20. Resultados: Dos 101 enfermeiros, apresentaram baixo/médio nível de resiliência 49,5%. Constatou-se indicativo de morbidade psicológica em 51,5% da amostra. Sexo feminino (p<0,001), ser chefe de família (p=0,003), vínculo empregatício CLT (p=0,031) e trabalho em único turno (p=0,034) foram fatores protetores a baixa/média resiliência. Em contrapartida, foram fatores de risco, vínculo empregatício por contrato (p=0,004), enfermeiros que não se sentiam protegidos na execução das atividades profissionais (p=0,001) e os que não faziam acompanhamento com psicólogo/psiquiatra antes da pandemia (p=0,014). Conclusão: O nível de resiliência dos enfermeiros é baixo/médio e a maioria apresentou indicativo de morbidade psicológica. Ações que promovam resiliência no contexto de trabalho destes profissionais são fundamentais, e, que considerem os fatores associados apontados na literatura.
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