Perfil clínico e histológico da doença trofoblástica gestacional no estado do Piauí
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.29181Palavras-chave:
Doença trofoblástica gestacional; Mola hidatiforme; Epidemiologia; Ensino.Resumo
Esse trabalho tem como objetivo traçar o perfil clínico e histológico de gravidez molar em uma maternidade terciária do estado do Piauí. Trata-se de um estudo observacional do tipo transversal com abordagem quantitativa. Foram analisados 90 prontuários de gestantes portadoras de DTG entre 14 e 50 anos admitidas em uma maternidade terciária do Piauí entre janeiro de 2016 e dezembro de 2019. Para seleção dos prontuários foram utilizados critérios de inclusão e exclusão. Realizou-se o levantamento de variáveis, como idade, paridade, beta HCG, quadro clínico, idade gestacional, forma de esvaziamento, histopatológico, seguimento, método anticoncepcional e evolução. Os resultados evidenciaram que apenas 0,6% das mulheres acompanhadas no período do estudo desenvolveu DTG, a faixa etária de maior expressão foi de 20 a 30 anos. Em relação ao histopatológico, 73% foram diagnosticadas com mola hidatiforme completa. Em relação a evolução da doença, 73% das pacientes evoluíram para cura, 7% desenvolveram NTG, 6% estão em andamento e 13% delas não concluíram o seguimento. Portanto, o estudo apresentou grande importância quanto ao perfil clínico e histológico das mulheres com DTG, já que esses fatores estão intimamente relacionados à evolução da doença. A quantidade de pacientes que não concluiu o tratamento é baixa, porém não pode ser ignorada, logo, realizar a busca ativa das pacientes que não concluíram o seguimento é imprescindível. Como limitações deste estudo, existe a provável perda de seguimento de algumas mulheres, principalmente durante o período da pandemia do covid-19.
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