Segurança do paciente em terapia intensiva: ocorrência de eventos adversos em um hospital público
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.29212Palavras-chave:
Assistência à Saúde; Segurança do Paciente; Unidades de Terapia Intensiva; Gestão de riscos.Resumo
Objetivo: Caracterizar os eventos adversos de uma UTI em um hospital público. Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, retrospectivo que analisou as admissões em UTI em um hospital público entre novembro e dezembro de 2019. A identificação dos eventos adversos ocorreu a partir da revisão dos prontuários. A análise estatística por meio do programa MS Excel, e considerou as frequências absolutas e relativas para as variáveis categóricas; e para as variáveis contínuas (média, desvio padrão, mínimo e máximo), sendo os resultados apresentados em tabelas. Resultados: Ocorreram 75 eventos adversos em 56,9% das 47 admissões. Quanto ao dano ao paciente 38,7% foram EAs moderados, 36% leves, 21,3% grave e 4% associados a óbito. Em relação a origem ou tipo de evento, as categorias mais frequentes foram: a) processo clínico/procedimento (56% dos EAs), sendo destes 28,6% eventos com lesão a pele, 21,4% relacionados a procedimentos não realizados, 19% eventos associados à sonda ou drenos, dentre outros; b) administração clínica (13,3%), sendo 70% deles relacionados a interconsultas não realizadas; e c) infecção (9,3%), sendo 57,1% relacionados a infecção da corrente sanguínea. Considerações Finais: Há uma elevada ocorrência de eventos adversos na UTI estudada, que principalmente causaram dano moderado e são relacionados a procedimentos da rotina do setor, a administração clínica e ao controle de infecções hospitalar.
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