Análise do abate de bovinos como componente de vigilância para a febre aftosa no estado do Maranhão, no ano de 2020
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.29352Palavras-chave:
Instituições governamentais; Vigilância; Movimentação animal; Serviço de inspeção.Resumo
Objetivou-se realizar a análise do abate de bovinos como componente de vigilância para a febre aftosa no estado do Maranhão, no ano de 2020. Para tanto, realizou-se um estudo epidemiológico descritivo utilizando dados secundários extraídos da: i) Guia de Trânsito Animal (GTA) para abate de bovinos emitidas no ano de 2020; ii) relação dos estabelecimentos de abate; e iii) relatório de cadastramento dos pontos de maior risco de disseminação de enfermidades. Dados adicionais sobre condenações de abate em estabelecimentos registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF), foram extraídos do site do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). Foram obtidos os seguintes indicadores de efetividade: i) distribuição dos estabelecimentos que abatem espécies suscetíveis à febre aftosa; ii) distribuição e concentração da origem dos animais; iii) percentual de animais e propriedades que enviaram animais suscetíveis à febre aftosa para abate; e iv) número de investigações com casos prováveis a partir dessa vigilância. Os resultados mostraram que foram emitidas 38.612 (97,488%) GTAs, com 37.642 (96,226%) bovinos. Destas movimentações 93,05% foram destinadas para dentro do estado (abate interno ao município de origem dos animais). A movimentação para abate teve participação de 9.015 (8,53%) das propriedades cadastradas. Conclui-se que a espécie bovina é, dentre as espécies suscetíveis à febre aftosa, aquela com maior destaque na finalidade de abate e para o abastecimento do mercado consumidor interno do Maranhão, sendo a região Oeste a de maior expressividade no número de emissões de GTA e quantitativo de bovinos para esta finalidade.
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