A incidência da sífilis congênita no município de Itumbiara, Goiás, no período de 2015 a 2020: possíveis impactos da pandemia causada pelo SARS-CoV-2
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i8.29471Palavras-chave:
COVID-19; Sífilis congênita; Pandemia; DATASUS.Resumo
Introdução: a transmissão vertical da sífilis acontece durante a gestação, por mulher não tratada ou tratada inadequadamente. As consequências para o recém-nascido são graves: prematuridade, natimortalidade e manifestações como surdez, cegueira, deficiência mental, alterações ósseas e até mesmo dentais. Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano, ocorreria aproximadamente 1,5 milhão de casos de sífilis em gestantes. Objetivo: conhecer a incidência da Sífilis no município de Itumbiara (GO) no período de 2015 a 2020 e sua relação com a pandemia de COVID-19, bem como investigar casos e taxa de detecção de sífilis congênita no município de Itumbiara (GO) no período de 2015 a 2020, em relação a idade, sexo, faixa etária da mãe, entre outros e analisar a influência da pandemia na quantidade de casos de sífilis congênita no município de Itumbiara (GO), com dados comparativos de 2015 a 2020. Metodologia: trata-se de um estudo epidemiológico, com abordagem quantitativa, de cunho exploratório e descritivo, com dados retrospectivos calcados na base de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Resultados e discussão: Percebe-se que de 279 mulheres diagnosticadas com sífilis, 213 foram gestantes (cerca de 76,3%), o ano com mais diagnósticos foi 2017 (21,6%) e o menor 2018 (9,4%), tendo este menos casos que o primeiro semestre de 2020. A maior taxa de detecção da doença nas grávidas foi em 2016 (31,8). Ademais, no aspecto de tratamento, a maioria dos casos de sífilis gestacional foram tratados com penicilina tanto em todo período de tempo (95,5%) como anualmente. O ano de 2019 foi aquele com menor porcentagem de uso da penicilina (84,6%). Dos 13 casos de sífilis congênita, 8 deles (61,5%) tiveram o acompanhamento de pré-natal durante a gestação, enquanto 5 (38,5%), não. Considerações finais: o estudo realizou um diagnóstico dinâmico sobre a ocorrência de casos de sífilis congênita através relação do número de casos entre o ano de 2015 a 2020. Esses subsídios coletados poderão fornecer explicações sobre o número de casos de sífilis congênita no município, também poderão contribuir para a identificação da realidade epidemiológica do município em relação ao diagnostico, tratamento e prevenção da sífilis congênita.
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