Macrossomia fetal e o risco de obesidade infantil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i7.29572Palavras-chave:
Macrossomia fetal; Obesidade infantil; Diabetes gestacional.Resumo
Introdução: A obesidade infantil, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), se tornou um problema de ordem mundial. A transição nutricional da população passou a interferir no peso, principalmente de mulheres em idade fértil, aumentando as chances do surgimento de diabetes mellitus gestacional e consequentemente a macrossomia fetal. Objetivo: investigar recém-nascidos macrossômicos ou grandes para idade gestacional e a suscetibilidade de obesidade na infância. Metodologia: Se trata de uma revisão de literatura com objetivo descritivo e abordagem qualitativa, foram usadas as plataformas SciELO, LILACS e PubMed, empregando os termos Macrossomia e “Obesidade infantil”, publicados entre os anos de 2006-2021, nos idiomas português e inglês, correspondendo aos objetivos do estudo. Entre os 53 artigos selecionados apenas 25 foram escolhidos após leitura prévia dos resumos para inclusão. Resultados e discussão: A avaliação do IMC pré-gestacional contribui para o diagnóstico do estado nutricional da mulher para evitar os riscos de morbidades para o binômio mãe-filho em decorrência do sobrepeso e obesidade. A diabetes mellitus gestacional gera aumento da glicemia atravessando a barreira placentária para fornecer substrato para o bebê, levando ao consequente aumento do peso para idade gestacional. A associação dos fatores de risco maternos para o nascimento fetal com macrossomia tem a capacidade de gerar efeitos a longo prazo para obesidade infantil, se estendendo a fase adulta. Conclusão: Foi possível avaliar que o nascimento de bebês macrossômicos possui maior porcentagem em relação a obesidade infantil comparado a recém-nascidos com peso adequado, corroborando através de estudos com gestantes e neonatos.
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