Perfil clínico dos pacientes não críticos portadores de diabetes mellitus hospitalizados nas enfermarias do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i7.29911Palavras-chave:
Diabetes mellitus; Hiperglicemia; Hospitalização.Resumo
O diabetes mellitus (DM) caracteriza-se por hiperglicemia persistente e está associado a complicações micro e macrovasculares e aumento de morbimortalidade. A hiperglicemia hospitalar (HH), definida por glicemia maior que 140mg/dL em jejum, também aumenta o risco de complicação no âmbito hospitalar. Os objetivos deste estudo foram avaliar o perfil clínico dos pacientes não críticos portadores de DM e não diabéticos hospitalizados nas enfermarias do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS) e a frequência de HH. Trata-se de um estudo transversal, com amostragem de conveniência com pacientes não críticos portadores de DM e não diabéticos hospitalizados nas enfermarias do HU-UFS entre agosto e dezembro de 2019. Os dados foram coletados por meio de revisão dos prontuários e entrevistas aos participantes da pesquisa. Foram avaliados 160 pacientes. Destes, 140 pacientes tiveram dosagem de glicemia de jejum na admissão e foram elegíveis, separados em dois grupos: Grupo Controle (n=101) e Grupo Diabéticos (n=39). A HH foi observada em seis pacientes do GC e 9 do GD, com Razão de Prevalência (RP) = 3,89 (IC 95% 2,2 a 18,6). A frequência de história familiar para DM, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, circunferência abdominal aumentada e síndrome metabólica foi maior no GD, com significância estatística. Os fatores de risco para disglicemia foram frequentes nos pacientes não críticos do HU-UFS e síndrome metabólica, hipertensão arterial sistêmica, história familiar de DM e circunferência abdominal aumentada significativamente relacionados aos pacientes diabéticos. A HH apresentou associação significativa com a presença de DM.
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