Panorama das intoxicações associadas ao uso de medicamentos registradas no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i4.2993Palavras-chave:
Intoxicação Exógena; Uso de Medicamentos; Epidemiologia.Resumo
A intoxicação exógena caracteriza-se pela interação de substâncias químicas com o organismo vivo. Anualmente 1,5 a 3% da população é intoxicada tornando o agravo uma questão de saúde pública/coletiva. Quantificar e analisar os casos notificados de intoxicações por medicamentos no Brasil. Tratou-se de uma pesquisa documental, retrospectiva, descritiva com abordagem quantitativa. Os casos notificados de intoxicação por medicamentos foram coletados a partir do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) tendo como variáveis estudadas: região, ano, sexo, circunstância, classificação final e evolução. Foram estudados 224.901 casos de intoxicações por medicamentos, no período supracitado e, através desses casos verificou-se que há um aumento gradativo do número de notificações ao longo dos anos estudados sendo 28% em 2017. Dos casos notificados 51% pertenciam a região sudeste. O sexo feminino foi predominante, contabilizando 70% dos casos. A circunstância da intoxicação mais notificada foi a tentativa de suicídio (59%) e a classificação final predominante foi a intoxicação confirmada (68%). Considerando a evolução dos casos notificados a maioria deles evoluiu para a cura sem sequela (83%). A investigação possibilitou conhecer o perfil epidemiológico dos casos notificados de intoxicações por medicamentos no Brasil. A partir desses achados, conclui-se que há necessidade de implementar políticas para minimizar os riscos à saúde humana devido ao uso de medicamentos. Além disso, também, é importante incorporar o padrão como instrumento básico de trabalho para gerar dados precisos e atualizados nas bases de dados nacional. Tais fatores demonstram a importância da implantação de um Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIAT) em todo Brasil, bem como de Núcleos de Epidemiologia Hospitalar (NEH) para melhor acompanhamento do perfil das intoxicações por medicamentos.
Referências
Bernardes, S.S. et al. (2010). Perfil das tentativas de suicídio por sobredose intencional de medicamentos atendidas por um Centro de Controle de Intoxicações do Paraná, Brasil. Caderno de Saúde Pública, 26 (7), 1366-1372. Recuperado de: http://www.scielo.br /scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2010000700015&lng=en& nrm=iso.
Brasil (2018). Boletim Epidemiológico: Intoxicações exógenas relacionadas ao trabalho no Brasil, 2007-2016. Recuperado de: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/dezembro/26/2018-027.pdf.
Brasil (2018). Instruções para preenchimento da Ficha de Investigação de Intoxicação Exógena Sinan – Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Recuperado de: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/intoxicacao_exogena_sinan.pdf>.
Hahn, R. C. et al (2013). Características de intoxicações agudas em crianças: estudo em um centro de assistência toxicológica. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research, 4 (1), 18-22. Recuperado de: < https://www.mastereditora.com.br/download-256>.
Levorato, C.D. et al. (2014). Fatores associados à procura por serviços de saúde numa perspectiva relacional de gênero. Ciência & Saúde Coletiva, 19 (4), 1263-1274. Recuperado de: <https://doi.org/10.1590/1413-81232014194.01242013>.
Mathias, T.L. et al. (2019). Tendências de eventos toxicológicos relacionados a medicamentos atendidos por um Centro de Informações Toxicológicas. Revista Brasileira de Epidemiologia, 22 (1), 1-13. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/1980-549720190018.
Mendes, L.A. et al. (2017). Intoxicações por medicamentos no Brasil registradas pelo SINITOX entre 2007 e 2011. Revista de Saúde e Ciências Biológicas, 5 (2), 165-170. Recuperado de: < https://periodicos.unichristus.edu.br/jhbs/article/view/1234/425>.
Moura, E.C. et al. (2017). Percepções sobre a saúde dos homens numa perspectiva relacional de gênero, Brasil, 2014. Revista Psicologia e Saúde, 22 (1), 291-300. Recuperado de: <https://www.scielosp.org/pdf/csc/2017.v22n1/291-300/pt>.
Portaria nº 204 (17, fevereiro, 2016). Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. Recuperado de: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0204_17_02_2016.html>.
Takahama, C.H. et al. (2014). Perfil das exposições a medicamentos por mulheres em idade reprodutiva atendidas por um Centro de Informações Toxicológicas. Ciênc. saúde coletiva, 19 (4), 1191-1199. Recuperado de:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232014000401191&lng=en&nrm=iso.
Toscano, M. M. et al (2016). Intoxicações exógenas agudas registradas em centro de assistência toxicológica. Revista Saúde e Pesquisa, 9 (3), 425-432. Recuperado de: < https://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/saudpesq/article/view/5450>.
Vieira, N. R. S. et al. (2016). Caracterização da produção científica sobre intoxicações exógenas: revisão integrativa da literatura. Revista Saúde-UNG-Ser, 10(1-2), 47-60. Recuperado de: http://revistas.ung.br/index.php/saude/article/view/2152/1829.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.