Conhecimento etnopedagógico sobre plantas medicinais em uma comunidade rural de Quixabeira (Bahia, Brasil)
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i8.30221Palavras-chave:
Consciência ecológica; Etnobotânica; Saber tradicional.Resumo
O estudo em destaque, trata-se de uma investigação entre o saber popular e a ciência acadêmica/escolar, a partir de uma abordagem pedagógica-ambiental, desenvolvida em uma comunidade de Quixabeira do semiárido da Bahia. Teve por objetivo relacionar saberes populares voltados para o uso de plantas com fins medicinais, visando fomentar e propagar entre as novas gerações o conhecimento e o respeito a essa tradição alinhada a conservação ambiental. A pesquisa possui abordagem qualitativa, exploratória e descritiva, através de busca da literatura específica na temática e relato de experiência. O trabalho de campo resultou na coleta de informações de 7 (sete) moradores da comunidade por meio de escutas, analisar o potencial das ervas que curam, importância histórica nos tratamentos de enfermidades e preservação da cultura local. Por meio da escuta/diálogo, foram identificados 29 espécimes de plantas, observando quais estruturas dos vegetais eram mais utilizadas, forma de preparo e as doenças para as quais são prescritas. Demonstrou-se que, à medida que as pessoas sentem a necessidade da utilização de plantas para fins medicinais, aflora um sentimento de cuidado com a valoração dos recursos naturais, reverberando no fortalecimento cultural da comunidade e mantendo a memória histórica, como saberes e valores tradicionais. Os dados levantados evidenciaram, mesmo com a degradação da Caatinga nas últimas décadas, uma diversidade de espécies da flora e o potencial medicinal ainda está presente nestes remanescentes de povoados, desconstruindo o preconceito, o que tem viabilizado a relação homem e natureza de forma racional e sustentável.
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