Principais complicações maternas e neonatais de gestantes com anorexia nervosa ativa: uma revisão sistemática
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i7.30332Palavras-chave:
Anorexia nervosa; Enfermagem obstétrica; Revisão.Resumo
Objetivo: Analisar as principais complicações maternas e neonatais de gestantes com anorexia nervosa ativa. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática realizada por meio do método PRISMA, nas bases de dados eletrônicas PubMed, Scopus e Web of Science, por meio dos seguintes descritores: “anorexia nervosa”, “pregnancy”, “antenatal” e “perinatal”. Foram incluídos artigos completos, disponíveis em português, inglês ou espanhol; publicados entre janeiro de 2011 a dezembro de 2021. Resultados: Quatro artigos compuseram a amostra final desse estudo, com maior frequência de publicação em 2020 (n: 02). Todas as pesquisas utilizaram o estudo de coorte retrospectivo, apresentando nível de evidência moderado (III). Constatou-se que as principais complicações maternas entre as gestantes com anorexia nervosa ativa envolvem o trabalho de parto prematuro, contrações prematuras, diabetes mellitus e hipertensão gestacional, anemia, insuficiência hepática, hiperêmese gravídica e maior chance de internação em unidade de terapia intensiva. As principais complicações neonatais relatadas nos estudos são: morte perinatal, pequeno para idade gestacional, nascimento prematuro e muito prematuro, baixo peso ao nascimento, distúrbios cardiovasculares e respiratórios e baixa pontuação de Apgar em 1 min (<7). Conclusão: Os achados dessa pesquisa sugerem que, embora com base em um pequeno número de estudos, apesar das mulheres com AN ativa poderem conceber, existem riscos potenciais para mãe e o feto, especialmente o trabalho de parto prematuro, morte perinatal, pequeno para idade gestacional e maior risco de internação em unidade de terapia intensiva.
Referências
American Psychiatric Association (APA). (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders. (5th ed.), American Psychiatric Association, Arlington.
Ante, Z., Luu, T.M., Healy-Profitós, J., He, S., Taddeo, D., Lo, E., et al. (2020). Pregnancy outcomes in women with anorexia nervosa. Int J Eat Disord. 53(5), 403–412.
Arnold, C., Johnson, H., Mahon, C. & Agius M. (2019). The effects of eating disorders in pregnancy on mother and baby: a review. Psychiatr Danub. 31(3), 615–618.
Brasil. Ministério da Saúde (MS). (1998). Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília: Ministério da Saúde. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm
Buppasiri, P., Lumbiganon, P., Thinkhamrop, J., Ngamjarus, C., Laopaiboon, M. & Medley, N. (2015). Calcium supplementation (other than for preventing or treating hypertension) for improving pregnancy and infant outcomes. Cochrane Database Syst Rev. 2, 66.
Bye, A., Mackintosh, N., Sandall, J., Easter, A. & Walker, M. (2018). Supporting women with eating disorders during pregnancy and the postnatal period. J Health Vis. 2018;6(5):224–8.
Cates, J.E., Unger, H.W., Briand, V., Fievet, N., Valea, I., Tinto, H, et al. (2017). Malaria, malnutrition, and birthweight: a meta-analysis using individual participant data. PLoS Med. 14(8), e1002373.
Kimmel, M.C., Ferguson, E.H., Zerwas, S., Bulik, C.M. & Meltzer-Brody S. (2016). Obstetric and gynecologic problems associated with eating disorders. Int J Eat Disord. 49(3), 260–275.
Linna, M.S., Raevuori, A., Haukka, J., Suvisaari, J.M., Suokas, J.T. & Gissler, M. (2014). Pregnancy, obstetric, and perinatal health outcomes in eating disorders. Am J Obstet Gynecol. 211(4), 392.e1-8.
Mantel, Ä., Hirschberg, A.L. & Stephansson, O. (2020). Association of maternal eating disorders with pregnancy and neonatal outcomes. JAMA Psychiatry. 77(3), 285–293.
Martínez-Olcina, M., Rubio-Arias, J.A., Garcia, C.R., Leyva-Vela, B., Hernández-Garcia, M., Hernández-Morante, J., et al. (2020). Eating Disorders in Pregnant and Breastfeeding Women: A Systematic Review. Medicine. 56(7), 352.
Micali, N., Stemann Larsen, P., Strandberg-Larsen, K. & Nybo Andersen, A.M. (2016). Size at birth and preterm birth in women with lifetime eating disorders: a prospective population-based study. BJOG. 123(8), 1301–1310.
Misra, M. & Klibanski A. (2014). Endocrine consequences of anorexia nervosa. Lancet Diabetes Endocrinol. 2(7), 581–592.
Moher, D., Shamseer, L., Clarke, M.; Ghersi, D., Liberati, A., Petticrew, M., et al (2015). Preferred reporting items for systematic review and meta-analysis protocols (PRISMA-P) 2015 statement. Syst. Rev. 4(1), 1-9.
Nagl, M., Jacobi, C., Paul, M., Beesdo-Baum, K., Höfler, M., Lieb, R., et al. (2016). Prevalence, incidence, and natural course of anorexia and bulimia nervosa among adolescents and young adults. Eur Child Adolesc Psychiatry. 25, 903-918.
Nascimento, J.W.A., Santos, R.S., Santos, T.M.R., Silva, A.L.B., Rodrigues, L.D.C., Silva, V.W., et al. (2021). Complications associated with intimate partner violence in pregnant women: a systematic review. Int. J. Dev. Res. 11(7), 48924-48928.
Pati, D. & Lorusso, L.N. (2018). How to Write a Systematic Review of the Literature. HERD. 11(1), 15-30.
Pham-Scottez, A. (2017). Maternité et anorexie mentale : confrontation des données de la littérature internationale et de l’expérience de terrain. Carnet PSY. 212, 25-31.
Roux, H., Chapelon, E. & Godart, N. (2013). Epidemiology of anorexia nervosa: a review. Encephale. 39, 85-93.
Smink, F.R.E., van Hoeken, D. & Hoek, H.W. (2012). Epidemiology of eating disorders: incidence, prevalence and mortality rates. Curr Psychiatry Rep. 14(4), 406–414.
Solmi, F., Sallis, H., Stahl, D., Treasure, J. & Micali, N. (2014). Low birth weight in the offspring of women with anorexia nervosa. Epidemiol Rev. 36, 49-56.
Stillwell, S., Fineout-Overholt, E., Melnyk, B.M. & Wiliamson, K.M. (2010). Evidence– based practice: step by step. Am J Nurs; 110(5), 41-47.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 José William Araújo do Nascimento; Geicianfran da Silva Lima Roque; Vitória Campos dos Santos; Jaíne Arruda Melo; Caroline Maria Santos de Assis; Carolinne Santana de Morais Mota; Wályssa Cheiza Fernandes Santos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
