Avaliação microbiológica de estetoscópios utilizados na rotina clínica de Médicos Veterinários da Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i8.30394Palavras-chave:
Contaminação; Desinfecção; Instrumento; mecA; Microrganismos; Análise molecular.Resumo
Foram avaliados o nível de contaminação de estetoscópios utilizados na rotina clínica de médicos veterinários. Amostras de 15 estetoscópios foram cultivadas e analisadas antes (M0) e após (M1) desinfecção do diafragma dos estetoscópios com álcool à 70ºGL. No momento M0, observou-se crescimento bacteriano em 73.33% (11/15) dos estetoscópios. Dezessete cepas foram isoladas, sendo a maioria (41.2%, 7/17) de Bacillus spp., seguido por Staphylococcus spp. (35.3%, 6/17) e Micrococcus spp. (23.5%, 4/17). Nas amostras coletadas após a desinfecção com álcool (M1), apenas Bacillus spp. foram isolados em 13.3% (2/15) dos estetoscópios. Teste fenotípico coagulase do Staphylococcus spp. revelou que todas as cepas foram negativas. A reação em cadeira da polimerase foi realizada para o gene de resistência mecA em cepas deStaphylococcus coagulase-negativa. A amplificação do gene mecA foi observada em apenas 16.66% (1/6) das amostras. Os estetoscópios são instrumentos que transferem patógenos, especialmente bactérias que podem carregar genes de resistência. No entanto, medidas simples de limpeza e desinfecção na rotina clínica médica veterinária reduzem a contaminação e minimizam o risco de disseminação de microrganismos resistentes aos animais e ao meio ambiente.
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