Esporotricose felina: Conduta clínica, diagnóstico e tratamento preconizado no município de Vitória – ES
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i10.31028Palavras-chave:
Zoonose; Itraconazol; Iodeto de potássio; Sporothrix sp; Gatos.Resumo
A esporotricose é uma zoonose transmitida pelo Sporothrix sp que acarreta lesões cutâneas e disseminadas, com distribuição cosmopolita frequente em regiões de clima quente e úmido. Portanto, este estudo objetivou acompanhar rotina clínica de felinos com suspeita de esporotricose no município de Vitória, ES, promover o diagnóstico e proceder o tratamento. Foram analisados 270 casos, os quais 95 apresentavam sinais clínicos sugestivos de esporotricose, sendo analisados e verificados. Para coletada do material, foi realizado contenção física ou química (0,2ml/kg de Tiletamina 125mg + Zolazepan 125mg). O material foi coletado por swabs, ou pelo método de imprint, em lesões extensas e exsudativa e identificado; acondicionado e encaminhado ao laboratório para confirmação da doença. 95 animais foram diagnosticados com esporotricose; 23 (24,0 %) eutanasiados imediatamente por chegaram na clínica com estágio avançado da doença e 72 (76,0 %) submetidos ao tratamento proposto (itraconazol ou itraconazol + iodeto de potássio). Após o tratamento, 69 (94,2 %) foram clinicamente curados e 3 (5,8 %) eutanasiados por ineficiência terapêutica. A maior incidência desta patologia foi observada, em animais provenientes das regiões rodeadas por manguezais, matas adjacentes, com população de baixa renda e carente de serviço sanitário. Portanto, conclui-se que felinos entre 23 meses a 35 semanas, classificados em estágio I e II de tratamento, obtiveram índices satisfatórios de cura e o protocolo terapêutico utilizado pelo Serviço de Esporotricose, do departamento de zoonose, do Centro de Saúde Ambiental, foi eficaz.
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