Conforto térmico em aglomerados subnormais na cidade de São Luís - Maranhão
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i8.31127Palavras-chave:
Conforto Térmico; Graus-Dia; Aglomerados Subnormais; Sensoriamento remoto.Resumo
Esta pesquisa teve o objetivo de avaliar o conforto térmico humano em dois aglomerados informais da cidade de São Luís – Maranhão no ano de 2020, período caracterizado por medidas de isolamento e distanciamento físico. Para mensurar as zonas térmicas de conforto dos habitantes locais foi usado o método horário de graus-dia por meio das equações de DeDear e Brager e Humphreys, e o Normalized Difference Vegetation Index (NDVI) e a Temperatura de Superfície Terrestre (TST), obtidos por meio de imagens orbitais. Os resultados dessas equações apontam que não houve necessidade de resfriamento em nenhum dia do ano analisado. Na maior parte do período os dias foram caracterizados com zona térmica confortável, com destaque para alguns dias com necessidade de aumento da temperatura do ar para melhorar a sensação térmica de conforto na área urbana de São Luís. No entanto, os resultados da distribuição espacial da TST mostram altas temperaturas próximas de 30°C (graus Celsius) nas áreas de adensamento urbano, confirmado pelo mapeamento do uso e da cobertura do solo da região, obtido por meio do NDVI. Esses altos valores ocorrem devido às mudanças locais ocorridas com o uso de materiais construtivos que absorvem boa parte da energia radiante e aquece os ambientes residenciais, causando sensações térmicas desconfortáveis. Nessas áreas se faz necessário a adoção de medidas de amenização térmica para que o ambiente se torne mais confortável.
Referências
Aires, A., Caroline, L., Correia, P. H., Panet, R. & Andréas, P. (2015). Miséria e Maré: Estudo sobre as palafitas na Comunidade da Portelinha. Revista do CEDS. Periódico do Centro de Estudos em Desenvolvimento Sustentável da UNDB. 3(1). http://www.undb.edu.br/ceds/revistadoceds.
Allen R, Bastiaanssen W, Waters R, Tasumi M. & Trezza, R. (2002). Surface energy balance algorithms for land (SEBAL), Idaho implementation – Advanced Training and User’s Manual 2002, version 1.0, 97p.
Azevedo, J. A., Chapman, L. & Muller, C. L. (2015). Critique and suggested modifications of the degree days methodology to enable long-term electricity consumption assessments: a case study in Birmingham, UK. Meteorological Applications, 22, 789–96. DOI: 10.1002/met.1525.
Barros Santiago, D. D., Correia Filho, W. L. F., de Oliveira-Júnior, J. F., & da Silva Junior, C. A. (2019). Mathematical modeling and use of orbital products in the environmental degradation of the Araripe Forest in the Brazilian Northeast. Modeling Earth Systems and Environment, 5(4), 1429-1441.
Batista, B. A., Correia Filho, W. L. F., de Oliveira-Júnior, J. F., de Barros Santiago, D., & dos Santos, C. T. (2021). Avaliação da expansão urbana na Cidade de Maceió, Alagoas–Nordeste do Brasil. Research, Society and Development, 10(11), e253101119537-e253101119537.
Büyükalaca, O., Bulut, H., & Yilmaz, T. (2001). Analysis of variable-base heating and cooling degree-days for Turkey. Applied Energy, 69, 269 – 283.
CIBSE - The Chartered Institution of Building Services Engineers. (2006). Degree-days: Theory and application. Rep. TM41, 98p.
Correia Filho, W. L. F., de Barros Santiago, D., de Oliveira-Júnior, J. F., & da Silva Junior, C. A. (2019). Impact of urban decadal advance on land use and land cover and surface temperature in the city of Maceió, Brazil. Land use policy, 87, 104026.
Correia Filho, W. L. F., de Barros Santiago, D., de Oliveira-Júnior, J. F., da Silva Junior, C. A., da Silva Oliveira, S. R., da Silva, E. B., & Teodoro, P. E. (2021). Analysis of environmental degradation in Maceió-Alagoas, Brazil via orbital sensors: a proposal for landscape intervention based on urban afforestation. Remote Sensing Applications: Society and Environment, 24, 100621.
Correia Filho, W. L. F., de Oliveira-Júnior, J. F., dos Santos, C. T. B., Batista, B. A., de Barros Santiago, D., da Silva Junior, C. A., ... & Freire, F. M. (2022). The influence of urban expansion in the socio-economic, demographic, and environmental indicators in the City of Arapiraca-Alagoas, Brazil. Remote Sensing Applications: Society and Environment, 25, 100662.
Correia Filho, W. L. F., Santiago, D. B., Oliveira Júnior, J. F., & Da Silva Junior, C. A. (2019). Impact of Urban Decadal Advance on Land Use and Land Cover and Surface Temperature in the City of Maceió, Brazil. Land Use Policy, 1, 1-11.
Cury, B. S., Pereira, C. T. & Masiero, E. (2020). Revisão de estudos microclimáticos em áreas de urbanização informal: conforto térmico e a pandemia de covid-19. Simpósio Brasileiro On-line de Gestão Urbana. SBN 978-65-86753-13-4
De Dear, R. J. & Brager, G. S. (2002). Thermal Comfort in Naturally Ventilated Buildings: Revisions to ASHRAE Standard 55. Energy and Buildings, 34 (6), 549-561.
Freitas, A. F., Melo, B. C. B., Santos, J. S. & Araújo L. E. (2013). Avaliação microclimática em dois fragmentos urbanos situados no Campus I e IV da Universidade Federal da Paraíba. Revista Brasileira de Geografia Física, 6(4), 777-92.
Frota, A. B. & Schiffer, S. R. (2003). Manual de conforto térmico: arquitetura e urbanismo. 7.ed. São Paulo: Studio Nobel.
Guha, S., Govil, H., Dey A. & Gill, N. (2018). Analytical study of land surface temperature with NDVI and NDBI using Landsat 8 OLI and TIRS data in Florence and Naples city, Italy. Eur J Remote Sens, 51: 667-678.
Humphreys, Michael. (1978). Outdoor Temperatures and Comfort Indoors. Building Research & Practice, 6 (2), 92p. DOI: 10.1080/09613217808550656.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010). Censo demográfico: Aglomerados Subnormais. Rio de Janeiro, RJ.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2017). Áreas urbanizadas do Brasil: 2015. Rio de Janeiro, RJ. 28p.
INMET – Instituto Nacional de Meteorologia (2002). Normais Climatológicas do Brasil 1991-2020. Brasília, DF.
Iqbal, M. (1983). An introduction to solar radiation. Library of Congress Cataloging in Publication data. Academic Press Canadian, 390p.
Lee, K., Baek, H. & Cho, C. (2014). The Estimation of Base Temperature for Heating and Cooling Degree-Days for South Korea. Journal of Applied Meteorology and Climatology, 53, 300-309.
MapBiomas - Mapeamento Anual de Cobertura e Uso da Terra do Brasil (2022). Coleção 6. https://mapbiomas.org/
Mourshed, Monjur. (2012). Relationship between annual mean temperature and degree-days. Energy and Buildings, 54, 418–425.
NASA - National Aeronautics and Space Administration (2020). Landsat Science. http://landsat.gsfc.nasa.gov/
Oliveira, S.; Andrade, H. & Vaz, T. (2011). The cooling effect of green spaces as a contribution to the mitigation of urban heat: A case study in Lisbon. Building and Environment, 46 (11).
Pasa, C. C. M. U. & Junior, A. B. (2010). Aplicação do método graus-dia para avaliação do desempenho energético de edificações unifamiliares. XXX Encontro Nacional de Engenharia de Produção. São Carlos, SP.
Pereira dos Santos, A., Henrique Simionatto, H., & Mendonca Felici, E. (2020). Variação do índice NDVI e da temperatura da superfície terrestre na malha urbana do município de Paracatu-Mg entre 1985 e 2005. In Colloquium Exactarum, 12 (2).
Pereira, I. M. & Assis, E. S. (2010). Avaliação de modelos de índices adaptativos para uso no projeto arquitetônico bioclimático. Ambiente Construído, Porto Alegre, 10 (1), 31-51. ISSN 1678-8621.
Prado, L. B., Fialho, E. S., & Santos, L. G. F. (2020). O Sensoriamento remoto e o clima urbano: uma perspectiva de investigação através do campo térmico de superfície na área central do município de Viçosa–MG. Revista Brasileira de Climatologia, 27.
Said SAM. (1992). Degree-day base temperature for residential building energy prediction in Saudi Arabia. ASHRAE Trans, 98, 346–353.
Santiago, D. B. & Gomes, H. B. (2016). Heat islands in the city of Maceió/AL using Orbital Data from Landsat 5. Revista Brasileira de Geografia Física, 9(3), 793-803. DOI:10.5935/1984-2295.20160053
Santiago, D. B., Gomes, H. B. & Ferreira, L. S. (2019). Ilha de calor e a influência no conforto térmico da região integrada de desenvolvimento da grande Teresina (ride). Revista Brasileira de Geografia Física, 12(1), 213-225. https://doi.org/10.26848/rbgf.v12.1.p213-225
Santos, J. B., de Barros Santiago, D., de Barros, H. G., & Amorim, R F. (2016). Avaliação microclimática no município de Petrolina, Pernambuco, Brasil usando técnicas de sensoriamento. Revista Brasileira de Geografia Física, 9(5), 1322-1334. https://doi.org/10.5935/1984-2295.20160090
SIDRA. Sistema IBGE de Recuperação Automática. Censo Demográfico. (2010). https://sidra.ibge.gov.br/territorio.
Sousa, D. M. & Nery, J. T. (2012). O Conforto térmico na perspectiva da Climatologia Geográfica. Geografia, Londrina, 21 (2), 65-83.
Tselepidaki I., Santamouris M., Asimakopoulos D. N. & Kontoyiannidis S. (1994). On the variability of cooling degree-days in an urban environment: application to Athens, Greece. Energy Build, 21, 93–99.
Valor, E., Meneu, V. & Caselles, V. (2001). Daily air temperature and electricity load in Spain. J. Appl. Meteorol, 40, 1413–1421.
Vendramin, A. L. & Souza, S. N. M. et al. (2009). Exame de caso sobre o método de graus-dia para avaliação do dia para avaliação do desempenho energético de uma edificação unifamiliar. Acta Scientiarum. Technology, Maringá, 31 (1), 9-14. DOI: 10.4025/actascitechnol.v31i1.305
Weber, E., Hasenack, H. & Ferreira, C.J.S. (2004). Adaptação do modelo digital de elevação do SRTM para o sistema de referência oficial brasileiro e recorte por unidade da federação. Porto Alegre. UFRGS Centro de Ecologia. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/labgeo/index.php/dados-espaciais/260-modelos-digitais-de-elevacao-do-srtm-no-formato-geotiff >.
Xavier, T. C., Oliveira, W. D., & Fialho, E. S. (2021). Análise das condições de conforto térmico da cidade de Vitória, ES. Revista Do Departamento de Geografia, 41, e172471-e172471.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Juliete Baraúna Monteiro; Dimas Barros Santiago
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.