Impacto econômico das internações hospitalares por leishmaniose no sul do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i8.31139Palavras-chave:
Leishmaniose; Hospitalização; Monitoramento epidemiológico; Gastos em saúde.Resumo
Objetivos: Investigar a morbidade hospitalar relacionada à leishmaniose em um estado do Sul do Brasil e analisar o manejo dos recursos financeiros referentes às despesas hospitalares. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal. Os casos de internações por leishmaniose registrados no estado do Paraná entre 2008-2018 foram obtidos por consulta ao Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), Brasil. Investigou-se o perfil dos pacientes internados, o caráter do atendimento médico e os gastos com atendimento hospitalar. Os dados foram analisados estatisticamente no Epi Info™ versão 3.5.4. Resultados: O estudo registrou 3.927 casos confirmados e 61 internações por leishmaniose cutânea (31,77%), 42 mucocutânea (21,88%), 18 visceral (9,37%) e 71 de forma clínica não especificada (36,98%). A maioria dos pacientes era do sexo masculino (79,17%; 152), da raça branca (68,75%; 132) e com mais de 30 anos (81,77%; 157). O maior número de internações foi devido ao serviço de urgência (85,41%; 164). O valor total gasto com as internações variou nesses dez anos, com valor mínimo de US$ 1.205,43 e máximo de US$ 5.073,94. O programa de regressão Joinpoint 4.6.0. foi usado para a análise de tendências. Conclusões: Os gastos com a atenção terciária para o tratamento de pacientes com leishmaniose refletem a necessidade de fortalecer a atenção básica. Acreditamos que o desenvolvimento de ações de educação em saúde com a população para prevenir a transmissão da leishmaniose reduz o número de novos casos, enquanto o diagnóstico precoce da doença pode evitar complicações médicas e consequentemente diminuir os custos com internações.
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