A ingestão de cafeína como fator protetor no desenvolvimento e na progressão da Doença de Parkinson e na Doença de Alzheimer: uma revisão integrativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i8.31424

Palavras-chave:

Cafeína; Doença de Alzheimer; Doença de Parkinson; Neuroproteção; Neurodegeneração.

Resumo

Introdução: A prevalência da Doença de Alzheimer (DA) e da Doença de Parkinson (DP), tende a aumentar com o envelhecimento populacional. Até o momento, os esquemas terapêuticos para essas doenças não consegue alcançar a cura e geralmente não são atualizados, o que evidencia a necessidade de outras opções para a melhora da qualidade de vida desses pacientes. Dado que essas síndromes demenciais tem etiologia multifatorial, a dieta, por meio do café, tem mostrado evidências significativas na degeneração neuronal, que é um dos principais aspectos alterados no desenvolvimento dessas patologias. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa, que buscou responder quais os possíveis efeitos da cafeína como fator protetor no desenvolvimento e na progressão da revisional e da DP, nas bases de dados: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), National Library of Medicine (PubMed MEDLINE) e Scientific Electronic Library Online (Scielo). Resultados e Discussão: A cafeína age no sistema nervoso central (SNC) pela mimetização aos receptores de adenosina, mais concentrada nos receptores A1R e A2aR. Como antagonista competitivo, a cafeína, eventualmente, poderia reduz os processos de formação das placas b-amiloides na DA e reduzir a neuroinflamação e neurodegeneração na DP, além de outros possíveis mecanismos. Conclusão: A delimitação de um consenso sobre a relação dose/efeito decorrente do uso da cafeína é de difícil estabelecimento e  ainda não se observa um consenso, entretanto, é possível observar que um consumo entre 200mg a 511mg por dia poderia trazer efeitos benéficos tanto na DP, como na DA, superando os possíveis efeitos colaterais.

Biografia do Autor

Tatiana Lima Paiva, Universidade José do Rosário Vellano

Acadêmica de Medicina

João Otávio Bayão Coutinho, Pontífica Universidade Católica de Minas Gerais

Acadêmico de Medicina

Mariana Moreira Munhoz Mendonça, Universidade José do Rosário Vellano

Acadêmica de Medicina

Dalbert Samuel Dutra, Centro Universitário de Patos de Minas

Acadêmico de Medicina

Jorge Antonio de Moura Leite, Universidade José do Rosário Vellano

Acadêmico de Medicina

José Marcos Leite Rigueira, Pontífica Universidade Católica de Minas Gerais

Acadêmico de Medicina

Giulia Pieroli Mazzieiro, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Acadêmica de Medicina

Louvana Cristelle Camargos Ferreira, Centro Universitário de Patos de Minas

Acadêmica de Medicina

Bethânia Cristhine de Araújo, Centro Universitário de Patos de Minas

Mestrado (Genética e Bioquímica)

Referências

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Publicado

27/06/2022

Como Citar

PAIVA, T. L. .; SANTOS, G. F. .; COUTINHO, J. O. B. .; MENDONÇA, M. M. M. .; DUTRA, D. S.; LEITE, J. A. de M. .; RIGUEIRA, J. M. L. .; MAZZIEIRO, G. P. .; FERREIRA, L. C. C. .; ARAÚJO, B. C. de . A ingestão de cafeína como fator protetor no desenvolvimento e na progressão da Doença de Parkinson e na Doença de Alzheimer: uma revisão integrativa. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 8, p. e49811831424, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i8.31424. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/31424. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde