Cinomose canina: uma análise epidemiológica, clínica, laboratorial e terapêutica em área endêmica do Oeste da Bahia
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i12.31494Palavras-chave:
Mioclonia; Vacinação; Posse responsável.Resumo
Esse trabalho objetivou a realização de uma análise epidemiológica, clínica, laboratorial e terapêutica da cinomose canina no município de Barra, região Oeste da Bahia. Para tal, foi realizado um estudo retrospectivo através do levantamento de fichas clínicas do Hospital Veterinário Universitário (HVU) da Universidade Federal do Oeste da Bahia, sendo incluídas no estudo as fichas com diagnóstico presuntivo ou confirmatório. Foram coletados dados relativos aos animais (idade, sexo, raça); manejo sanitário (vacinação), bem como dados acerca da sintomatologia, diagnóstico, tratamento e desfecho dos casos. Dos 33 animais inseridos no presente estudo, 63,63% tiveram sinais oftálmicos, 57,57% apresentaram ao menos um sinal nervoso e também foram relatados sinais tegumentares, digestórios, respiratórios e inespecíficos. Um total de 75,75% dos animais foram considerados domiciliados, e apenas 15,15% deles estavam com a vacinação contra a cinomose em dia. Apesar de 54,55% dos animais com cinomose terem até 2 anos de idade, não foi encontrada associação da doença com idade, entretanto, foi encontrada uma associação entre animais SRD e a presença de cinomose (P = 0,025). Os tratamentos foram sintomáticos, prescritos com maior frequência complexos multivitamínicos (69,70%) e antimicrobianos (63,64%). O desfecho dos casos foi recuperado de nove fichas clínicas, sendo encontrada uma associação estatística entre a realização completa do tratamento prescrito e a recuperação dos animais (teste de Fisher, P = 0,027). Com isso, políticas educacionais voltadas para a saúde animal devem ser instituídas na região, visando a ampliação dos métodos profiláticos para cinomose por meio de protocolos de vacinação sistêmicos.
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