O uso de ureia recoberta com xisto retortado não modifica os parâmetros químicos da solução do solo lixiviada

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i9.31521

Palavras-chave:

Fertilização nitrogenada; Metais pesados; Contaminação do solo.

Resumo

O objetivo deste trabalho foi investigar a possível contaminação da solução do solo com elementos químicos presentes na composição do xisto retortado (XR) quando utilizado juntamente com a fertilização nitrogenada em um sistema silvipastoril. O experimento foi conduzido em um sistema silvipastoril com delineamento experimental de blocos ao acaso, com parcelas subdivididas. Os tratamentos principais consistiram em arranjos espaciais das árvores, enquanto a subdivisão das parcelas constituiu na aplicação superficial de ureia (U) e ureia recoberta com XR (U+XR). Independentemente do espaçamento das árvores, o uso do XR junto com a ureia (U + XR) não houve efeito significativo nos parâmetros químicos da solução do solo lixiviada a 40 cm de profundidade. Os metais pesados Cd, As, Al e Pb, os os elementos mais perigosos presentes no XR, nem sequer foram detectados na solução do solo, em nenhum evento de amostragem. Tais resultados são atribuídos principalmente a seus baixos índices no XR. Nossos resultados evidenciaram que, mesmo com grandes e cumulativas taxas de aplicação de XR, o potencial de contaminação do lençol freático com elementos derivados do XR é insignificante nas condições climáticas do solo e do presente estudo. Dessa forma, o uso do XR juntamente com a adubação nitrogenada apresenta um potencial no uso na agricultura, aumentando a eficiência da adubação nitrogenada sem causar impactos ambientais.

Referências

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. (2004). NBR 1004: Resíduos Sólidos - Classificação. http://www.suape.pe.gov.br/images/publicacoes/normas/ABNT_NBR_n_10004_2004.pdf.

Albuquerque Jr, C. R., Dutra, A. J. B. & Monte, M. B. M. (2004). Eletroquímica da pirita e da arsenopirita na presença de amil xantato de potássio. Revista Escola de Minas, 57, 297-302.

Basso, C. J., Ceretta, C. A., Durigon, R., Poletto, N. & Girotto, E. (2005). Dejeto líquido de suínos: II - perdas de nitrogênio e fósforo por percolação no solo sob plantio direto. Ciência Rural, 35, 1305-1312.

Benini, S., Rypniewski, W. R., Wilson, K. S., Mangani, S. & Ciurli, S. (2004). Molecular details of urease inhibition by boric acid: Insights into the catalytic mechanism. Journal of the American Chemical Society, 126, 3714-3715.

Cantarella. H., Trivelin, P. C. O., Contin, T. L. M., Dias, F. L. F., Rosseto, R., Marcelino, R., Coimbra, R. B. & Quaggio, J. A. (2008) Ammonia volatilization from urease inhibitor -treated urea applied to sugarcane trash blankets. Scientia Agricola, 65, 397-401.

Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental – CETESB. (2005). Decisão de Diretoria Nº 195. Dispõe sobre valores orientadores para solos e águas subterrâneas no Estado de São Paulo. https://cetesb.sp.gov.br/aguas-subterraneas/wp content/uploads/sites/13/2013/11/tabela_valores_2005-1.pdf

Comissão de Química e Fertilidade do Solo- CQFS-RS/SC. (2016). Manual de adubação e calagem para os estados do RS e de SC. Ed. Porto Alegre: SBCS.

Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. (2005) Resolução nº 357. https://licenciamento.cetesb.sp.gov.br/legislacao/federal/resolucoes/2005_Res_CONAMA_357.pdf.

Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. (2009). Resolução nº 420. https://cetesb.sp.gov.br/areas-contaminadas/wp-content/uploads/sites/17/2017/09/resolucao-conama-420-2009-gerenciamento-de-acs.pdf.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. (2014). Sistema brasileiro de classificação de solos. 3ª ed. Brasília.

Food and Agriculture Organization of the United Nations - FAO. (2018). World Fertiliser Trends and Outlook 2018. http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC/visualize.

Helyar, K. R. & Porter, W. M. (1989). Soil acidification, its measurement and the processes involved. In: Robson, A. D. (ed.) Soil acidity and plant growth. Sydney: Academic Press., p.61-101.

Klein, C. & Agne. S. A. A. (2012). Fósforo: de nutriente à poluente! Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, 8, 1713-1721.

Intergovernmental Panel on Climate Change - IPCC. (2014). Climate Change 2014: Synthesis Report. Contribution of Working Groups I, II and III to the Fifth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change. https://www.ipcc.ch/report/ar5/syr/

Lu, C. & Tian, H. (2017). Global nitrogen and phosphorus fertilizer use for agriculture production in the past half century: shifted hot spots and nutrient imbalance. Earth System Science Data, 9, 181-192.

Mira, a. B., Cantarella, H., Netto-Souza, G. J. M, Moreira, l. A, Kamogawa, M. Y. & Otto, R. (2017). Optimizing urease inhibitor usage to reduce ammonia emission following urea application over crop residues. Agriculture, ecosystems & environment, 248, 105-112.

Montalti, M., Fornasiero, D. & Ralston, J. (1991). Ultraviolet-visible spectroscopy study of the kinetics of adsorption of ethyl xanthate on pyrite. Journal of Colloid and Interface Science, 143, 440-450.

Murphy, J. & Riley, J.P. (1962). A modified single solution method for the determination of phosphate in natural waters. Analytica Chimica Acta, 27, 31- 36.

Nelson, D. W. & Sommers, L. E. (1996). Total carbon, organic carbon, and organic matter. In: Sparks, D.L., (Ed.), Methods of Soil Analysis, SSSA Book Series, cap. 34, p. 961-1010.

Nicolini, J., Pereira, B. F., Pillon, C. N., Machado, V. G., Lopes, W. A., Andrade, J. B. & Mangrich, A. S. (2011). Characterization of brazilian oil shale byproducts planned for use as soil conditioner for food and agro-energy production. Journal of Analytical and Applied Pyrolisis, 90, 112-117.

Omar, S. A., Rasha, A. (2018). Shale Oil: Its Present Role in the World Energy Mix. Global Journal of Energy Technology Research, Updates, 5, 11-18.

Orupõld, K., Habicht, J. & Tenno, T. (2008). Leaching behavior of oil shale semicoke: compliance with the waste acceptance criteria for landfills. Oil Shale, 25, 267-275.

Pereira, H. S., Vitti, G. C. & Kordorfer, G. H. (2004). Comportamento de diferentes fontes de silício no solo e na cultura do tomateiro. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 27, 101-108.

Pimentel, P. M., Silva Jr., C. N., Melo, D. M. A., Melo, M. A. F., Maldonado, G. & Henrique, D. M. (2006). Caracterização e uso de xisto para adsorção de chumbo (II) em solução. Cerâmica, 52, 194-199.

Ribas, L., Neto,J. M. R., França, A. B. & Porto Alegre, H. K. (2017). The behavior of irati oil shale before and after the pyrolysis process. Journal of petroleum science and engineering, 152, 156-164.

Santos, J.V., Presbiteris, V. C. G. S., Grassi, M. T., Messerschmidt, B. F. P., Martinazzo, R. & Abate, G. (2017) Avaliação da liberação de elementos traço em solos tratados com xisto retortado. Revista Química Nova, 40, 496-505.

Stafanato, J. B., Goulart, R. S., Zonta, E., Lima, E., Mazur, N., Pereira, C. G. & Souza, H. N. (2013). Volatilização de amônia oriunda de ureia pastilhada com micronutrientes em ambiente controlado. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 37, 726-732.

Tedesco, M. J., Gianello, C., Bissani, C. A., Bohnen, H. & Wolkweiss, S. J. (1995). Análises de solo, planta e outros materiais. Porto Alegre: Departamento de Solos, UFRGS.

Downloads

Publicado

03/07/2022

Como Citar

NUNES, R. S. G.; VIEIRA, F. C. B.; MARTINAZZO, R.; BAMBERG, A. L.; SILVEIRA, C. A. P.; TORRES, D. P.; FIGUEIREDO, M. C. dos S. O uso de ureia recoberta com xisto retortado não modifica os parâmetros químicos da solução do solo lixiviada. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 9, p. e7811931521, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i9.31521. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/31521. Acesso em: 2 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas