Avaliação da alteração da pressão intraocular em músicos tocadores de instrumentos de sopro no Estado de Sergipe, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i9.31590

Palavras-chave:

Glaucoma; Hipertensão ocular; Instrumento de sopro; Músicos.

Resumo

Introdução: O ato de tocar um instrumento de sopro envolve a realização de mecanismo semelhante à manobra de Valsalva (MV). Essa manobra gera respostas orgânicas que possuem influência na flutuação da pressão intraocular (PIO). O aumento da PIO consiste no principal fator de risco para o desenvolvimento de Glaucoma, primeira causa de cegueira irreversível no mundo. Esse estudo tem como objetivo observar alterações na PIO em instrumentistas de sopro, de alta e baixa resistências, nas diferentes fases de performance musical, no Estado de Sergipe, Brasil. Métodos: Foram realizadas aferições da PIO pela técnica de tonometria de aplanação. Resultados: Foram incluídos 84 participantes, de ambos os sexos, com uma média de idade de 37,3 anos - desvio Padrão (DP) = 9,2, cinco possuíam história pessoal pregressa de diagnóstico de glaucoma, 3 de diabetes mellitus e 8 de Hipertensão Arterial. Vinte e oito deles apresentavam história familiar prévia de glaucoma. A média da PIO, nos olhos direitos, das aferições realizadas antes das performances musicais, constituiu em 13,1 mmHg (DP = 2,3) e após, 14,5 mmHg (DP = 2,6), notando-se aumento relevante, com p valor < 0,001 e R -0,690. Nas aferições dos olhos esquerdos, a média da PIO, antes de tocar, apresentou 13,3 mmHg (DP= 2,1) e após, 14,5 mmHg (DP = 2,3). Conclusão: Estatisticamente não houveram grandes variações da PIO, apesar de existirem aumentos isolados em determinados pacientes, o que em longo prazo constitui fator de risco para desenvolvimento do glaucoma. 

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Publicado

01/07/2022

Como Citar

NOGUEIRA, H. G.; MENDONÇA, C. de Q. .; MENDONÇA, M. T. M. .; MARQUES, S. A. . Avaliação da alteração da pressão intraocular em músicos tocadores de instrumentos de sopro no Estado de Sergipe, Brasil . Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 9, p. e1411931590, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i9.31590. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/31590. Acesso em: 28 set. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde