Frequência de anticorpos anti-Toxoplasma gondii em patos abatidos no município de Belém, Pará, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i9.31929Palavras-chave:
Soroprevalência; Consumo de aves; Hemaglutinação indireta; Região Amazônia.Resumo
A infecção causada pelo Toxoplasma gondii é uma importante zoonose de ampla distribuição mundial. No estado do Pará o consumo de aves é alto, em especial os frangos. Outro grupo de aves, os patos (Cairina moschata), também tem relevância na culinária local, restrita a determinados períodos do ano. Este estudo objetivou determinar a frequência da infecção pelo T. gondii em patos domésticos encaminhados para abate no município de Belém- PA. Foram avaliados 172 patos, de ambos os sexos, procedentes de três municípios produtores desses animais (Castanhal, Santa Izabel do Pará e Capitão Poço), submetidos a sistemas de criação semi-intensiva ou extensiva. Amostras de soro dessas aves foram analisadas pelo método de hemaglutinação indireta (HAI) qualitativa e semiquantitativa para anticorpos anti-T. gondii, utilizando como ponto de corte a diluição de 1:16. A frequência obtida de anticorpos anti-T. gondii foi de 16,28% (28/172). Não houve diferença estatística quanto ao sexo das aves, no entanto, houve diferença entre os três municípios e os sistemas as quais as aves foram criadas, sendo presente e maior o risco de infecção em Santa Izabel do Pará de modo semi-intensivo e em Capitão Poço extensivamente. Este foi o primeiro registro da frequência de toxoplasmose em patos no estado, apesar de estar abaixo dos padrões regionais demonstra o risco do consumo da carne desses animais como fonte de infecção para toxoplasmose em humanos e outros animais, além de indicar a contaminação do ambiente criadouro, com oocistos de T. gondii, principalmente em Santa Izabel do Pará e Capitão Poço.
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