Educação mais além dos muros da escola: entre o vivido e o pensado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i10.32095

Palavras-chave:

Entrevistas semiestruturadas; Representações sociais; Discursos docentes; Aprendizagem; Espaços diversificados.

Resumo

Este trabalho problematiza o uso de espaços educativos diversificados para o ensino das Ciências Naturais na Educação Básica. Para tanto, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com perguntas abertas sobre a experiência do professor, a formação intelectual, as práticas de ensino diárias e os fatores que interferem positivamente ou não nesse processo. Assim, ressalta-se que o objetivo principal foi analisar os discursos docentes de quatro professores pertencentes a instituições de ensino distintas, por meio do software Atlas.ti., através do estabelecimento de seis códigos de análise, a saber: formação docente, prática docente, recursos didáticos, documentos pedagógicos, vantagens das atividades em espaços educativos diversificados e dificuldades em trabalhar em espaços educativos diversificados. A partir disso, no que se refere às relações entre o pensado (discurso) e o vivido (prática), foi possível concluir que as principais dificuldades ligam-se à falta de formação docente adequada, excesso de burocracia e falta de investimentos financeiros para deslocamentos e materiais didáticos, ainda que todos os professores tenham reforçado a importância dos “espaços diversificados”. Para tanto, foi utilizado como referencial teórico o conceito de “representação social” de Moscovici (2007) (2009), e a concepção dialógica da linguagem na perspectiva de Bakhtin (1999), já que o corpus de pesquisa é um produto social; somada às discussões sobre educação, ensino e aprendizagem de Vygotsky (1999), Morin (2013) e Trilla (2008).

Referências

Ameigeiras, A. R. (2006). El abordaje etnográfico em la investigación social. In. Estrategias de investigación cualitativa. Gedisa, España.

Bakhtin, M. M. (1999). Marxismo e Filosofia da Linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. (9ª. ed.): Hucitec.

Brasil. (1997). Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: ciências naturais / Secretaria de Educação Fundamental / Ciclo I e II. – Brasília: MEC/SEF. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro04.pdf.

Brasil. (1998). Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Ciências Naturais. Ensino Fundamental. Terceiro e quarto ciclos MEC/SEF.

Brasil. (2000). Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio. Brasília: MEC. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/14_24.pdf.

Freire, P. (2011). Educação como prática da liberdade. (14ª. ed.). Paz e Terra.

Freire, P. (1996). Pedagogia da autonomia. Ano da publicação original: 1996; ano da digitalização: 2002.

Ghanem, E., & Trilla, J. (2008). Educação formal e não-formal: pontos e contrapontos. Summus.

Gil, A. C. (2008). Como elaborar projetos de pesquisa. (4ª. ed.). Atlas.

Gohn, M. G. (2006). Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, 14(50), 27-38, jan./mar.

Guimelli, C. (2003). Transformação das representações sociais, novas práticas e esquemas cognitivos de base. In: Campos, P. H. F., & Loureiro, M. C. da S. (Orgs.). Representações socais e práticas educativas. Goiânia: Ed. Da UCG, p. 59-80.

Jacobucci, D. F. C. (2008). Contribuições dos espaços não-formais de educação pra a formação da cultura científica. Em Extensão, Uberlândia, v. 7, p. 55-66.

Lopes, A. C. et al. (2017). A educação não formal: um espaço alternativo da educação. XII Congresso Internacional de Educação (Educere). p.7208-7219. http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/25198_12669.pdf.

Machado, L. B. (2008). Representações sociais, educação e formação docente: tendências e pesquisas na IV Jornada Internacional. Educação em foco. Recife. p.1-10. https://www.fundaj.gov.br/geral/educacao_foco/representantessociaislaedamachado.pdf.

Marconi, M. de A., & Lakatos, E. M. (2010). Fundamentos de metodologia científica. (7ª ed.): Atlas.

Morin, E. (2013). Os sete saberes necessários à educação do futuro [livro eletrônico]. Tradução de Catarina Eleonora F. da Silva, Jeanne Sawaya. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: Unesco.

Moscovici, S. (2007). Representações sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis. (5ª ed.): Vozes.

Moscovici, S. (2009). Representações Sociais: investigações em psicologia. Editado em inglês por Gerard Duveen: traduzido do inglês por Pedrinho A. Guareschi. Petrópolis, RJ.

Nunes, J. V., Wolosyn, M., et. Al. (2017). A pesquisa qualitativa apoiada por softwares de análise de dados: uma investigação a partir de exemplos. Revista Fronteiras – Estudos midiáticos 19(2):233-244 maio/agosto. http://revistas.unisinos.br/index.php/fronteiras/article/view/fem.2017.192.08.

Oliveira, R. I. R., & Gastal, M. L. A. (2009). Educação Formal fora da sala de aula – olhares sobre o ensino de ciências utilizando espaços não-formais. VII Encontro Nacional de Pesquisa em Educação e Ciências. Florianópolis, 8 de novembro de. http://posgrad.fae.ufmg.br/posgrad/viienpec/pdfs/1674.pdf.

Rocha Quintão, M. (2021). La educación más allá de los muros escolares: posiciones discursivas docentes sobre el uso de espacios diversificados em la enseñanza de Ciencias Naturales em la educación básica. Tesis de prosgrado. Universidad Nacional de La Plata. Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación. En Memoria Académica. http://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar/tesis/te.2004/te.2004.pdf.

Rocha, S. C. B. da., & Fachín-Terán, A. F. (2010). O uso de espaços não-formais como estratégia para o Ensino de Ciências. https://www.researchgate.net/publication/280734904_O _uso_de_espacos_naoformais_como_estrategia_para_o_Ensino_de_Ciencias. Manaus: UEA/ Escola Normal Superior/PPGEECA.

Sampieri, R. H., Collado, C. F., & Lucio, P. B. (2006). Metodología de la Investigación. Recuperado de https://competenciashg.files.wordpress.com/2012/10/sampieri-et-al-metodologia-de-la-investigacion-4ta-edicion-sampieri-2006_ocr.pdf

Severino, A. J. (2002). Educação, sujeito e história. Olho D’Água.

Trilla, J. (2008). A educação não formal. In: Arantes, V. A. (Org.). Educação formal e não formal. São Paulo: Summus.

Vygotsky, L. S. (1999). A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes.

Vygotsky, L. S. (1989). Pensamento e linguagem. Martins Fontes.

Downloads

Publicado

25/07/2022

Como Citar

QUINTÃO, M. R. .; ESCUDERO, C. Educação mais além dos muros da escola: entre o vivido e o pensado. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 10, p. e123111032095, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i10.32095. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/32095. Acesso em: 25 dez. 2024.

Edição

Seção

Ensino e Ciências Educacionais