Projetos sociais esportivos e a resiliência: um estudo de revisão
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i9.32113Palavras-chave:
Projeto social esportivo; Resiliência; Esporte educacional.Resumo
O objetivo desta pesquisa foi investigar na literatura as contribuições dos projetos sociais esportivos (PSE) e sua ligação com o desenvolvimento da imagem corporal dos discentes e a promoção da resiliência através do esporte. Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, onde se buscou um caminho que apresentasse estudos de vertentes dos PSE, colhendo, especialmente, os textos que abordassem a resiliência. Os PSE, por serem um tema recente, ainda têm uma literatura escassa. A resiliência também é um tema novo e que precisa de mais estudos. Mais escassa ainda é a temática da resiliência em PSE, havendo uma grande lacuna a ser preenchida. Os estudos encontrados apresentam, em grande parte, que os PSE proporcionam benefícios graças à prática regular esportiva e colaboração na formação moral dos seus alunos; porém, há também um “lado sombra do esporte”, mostrando que muitos dos PSE são paliativos, pois possuem objetivos rasos e sem finalidades claras. Para uma melhor análise da contribuição dos PSE e o desenvolvimento da resiliência, faz-se necessário mais estudos que relacionem estas temáticas, pois o material encontrado, ainda é pouco. Mesmo assim, este artigo apresenta os conceitos mais usados relacionados a estes temas, tentando contribuir para uma maior discussão. Como muitos jovens atendidos pelos PSE são sujeitos em vulnerabilidade social, que cotidianamente sofrem diversos traumas ligados as suas condições sociais e culturais, para que consigam sair da imobilização causada por esses traumas, e que aconteça a superação dessas adversidades, havendo uma ressignificação de sua imagem corporal: há necessidade de um potencial de reação, processo conhecido como resiliência. Assim, os PSE podem ser uma importante ferramenta na promoção da resiliência de seus alunos, por serem um alicerce para a superação de adversidades.
Referências
Alves-Mazzotti, A. J., & Gewandsznajder, F. (1999). O planejamento de pesquisas qualitativas. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa, 2, 147-176.
Assis, S. G. D., Pesce, R. P., & Avanci, J. Q. (2006). Resiliência enfatizando a proteção dos adolescentes. ArtMed.
Augusto, A. P. A. (2020). Trilhas no Parque Nacional da Tijuca: a atividade física, seus impactos e o papel do profissional de Educação Física. 167f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Atividade Física) - Programa de Pós-graduação em Ciências da Atividade Física, Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO, Niterói.
Azevedo, A. C. B. (2009). Esporte, ensino e Educação Física. Malina, A., Cesario, S. (Orgs) Esporte: Fator de Integração e Inclusão Social? Campo Grande, MS: Editora UFMS.
Barbosa, M. (2019). Conceitos Básicos da Resiliência. SOBRARE.
Bertolini, S. M. M. G. et al (2016). Pesquisa Científica: Do Planejamento à Divulgação. Paco Editorial.
Brandão, J. M., Mahfoud, M., & Gianordoli-Nascimento, I. F. (2011). A construção do conceito de resiliência em psicologia: discutindo as origens. Paidéia (Ribeirão Preto), 21, 263-271.
Campana, A. N. N. B., Tavares, M. C. G. C. F. (2009). Avaliação da Imagem Corporal: Instrumentos e diretrizes para pesquisa. Phorte.
Castro, S. B. E., & Souza, D. L. (2011). Significados de um projeto social esportivo: um estudo a partir das perspectivas de profissionais, pais, crianças e adolescentes. Movimento, 17(4), 145-163.
Conceição, C. S. R., & Palhares, L. R. (2014). Refletindo sobre Projetos Esportivos Sociais e a Capoeira. LICERE-Revista do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer, 17(4), 236-256.
Correia, M. M. (2008). Projetos sociais em educação física, esporte e lazer: reflexões e considerações para uma gestão socialmente comprometida. Arquivos em Movimento, Rio de Janeiro, 4(1), 114-127.
Cortês Neto, E. D. (2018). Resiliência em adolescentes participantes de projetos sociais esportivos. 2018. 60f. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2018.
Cyrulnik, B. (2004). Os Patinhos feios. Martins Fontes.
da Silva, C. A. F., Terra, B. R. C., & Votre, S. J. (2008). O modelo da hélice tríplice e o papel da educação física, do esporte e do lazer no desenvolvimento local. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 28(1).
De Mattos, D. C., da Silva, C. A. F., Lopes, J. P. S. R., & Capinussú, J. M. (2010). O esporte náutico e a dinâmica da hélice tríplice no projeto Grael: um estudo de caso. Movimento (Porto Alegre), 16(3), 219-237.
dos Santos, L. L., da Cunha, L. C., & Montiel, F. C. (2022). O Punhobol na cidade do Rio Grande/RS: dos primeiros passos à consolidação como um esporte escolar. Research, Society and Development, 11(1), e47011125270-e47011125270.
Fiocruz. Diagnóstico Cidade de Deus. Disponível em: https://www.far.fiocruz.br/wpcontent/uploads/2017/09/RodaConversa_DiagnosticoCDD_Jacob.pdf.
Galvão, P. G. (2019). O Programa Forças no Esporte como fator de inclusão social e desenvolvimento esportivo no Brasil. E-legis, Brasília, Número Especial – Pesquisas e Políticas sobre Esporte, p. 116-148.
Godoy, K. A. B., Joly, M. C. R. A., Piovezan, N. M., Dias, A. S., & Silva, D. V. D. (2010). Avaliação da resiliência em escolares do ensino médio. Rev Psicol Saúde, 18(1/2), 79-90.
Grotberg, E. H. (2005). Introdução: novas tendências em resiliência. Melillo, A., Ojeda, E. N. S. (Orgs). Resiliência: descobrindo as próprias fortalezas. Porto Alegre: Artmed.
Guimarães, C. G. M., Silva, S. A., & Zampier, J. E. D. L. C. (2019). Visão dos pais sobre a participação de seus filhos em um programa esportivo social. Caderno de Educação Física e Esporte, 17(2), 133-141.
Hecktheuer, L. F. A., & da Silva, M. R. S. (2011). Projetos sociais esportivos: vulnerabilização e governo. Movimento, 17(3), 115-132.
Hohendorff, J. V. Como escrever um artigo de revisão de literatura. In: Koller, S. H., Couto, M. C. P. P., Hohendorff, J. V. (Orgs). Manual da produção científica. Porto Alegre: Penso, 2014. p. 39-54.
Infante, F. (2005). A resiliência como processo: Uma revisão de literatura recente. Melillo, A., Ojeda, E. N. S. (Orgs). Resiliência: descobrindo as próprias fortalezas. Artmed. p. 23-38.
Martins, R. M., & da Silva Ilha, F. R. (2020). A importância da prática do futsal na frequência escolar e na motivação dos alunos de uma escola especial. Research, Society and Development, 9(8), e191985540-e191985540.
Mattos, D. C., Silva, C. A. F. (2013). O Esporte da Vela em Jurujuba: um Estudo de caso. Costa, Claudia Freitas Lopes. E Silva, Carlos Alberto Figueiredo. (Orgs) FavelaSport: Estudo sobre o fenômeno esportivo em comunidades do Rio de Janeiro. UNISUAM. p. 146 – 167.
Melillo, A. (2005). Resiliência: descobrindo as próprias fortalezas. Artmed.
Melillo, A., Estamatti, M., Cuestas, A. (2005). Alguns fundamentos psicológicos do conceito de resiliência. In: Melillo, A., Ojeda, E. N. S. Resiliência: descobrindo as próprias fortalezas. Porto Alegre, Artmed. p. 59-72.
Melo, M. P. (2004). Lazer, Esporte e Cidadania: debatendo a nova moda do momento. Movimento (Porto Alegre), 10(2), 105-122.
Motta, C. F., Da Silva, C. A. F., & Dos Santos, R. F. (2018). Strategies for establishing partnerships between physical education and industry. Journal of Physical education and Sport, 18(3), 1524-1532.
Murad, M. (2020). Sociologia e Educação Física. Diálogos, Linguagens do Corpo, Esportes. Rio de Janeiro: FGV.
Neira, M. G. (2008). Programas de educação pelo esporte: qual formação está em jogo? Revista Veja, 5, 03.
Neves, A. N., Hirata, K. M., & Tavares, M. D. C. G. C. F. (2015). Imagem corporal, trauma e resiliência: reflexões sobre o papel do professor de Educação Física. Psicologia escolar e educacional, 19, 97-104.
Oliveira, M. A. D., Reis, V. L. D., Zanelato, L. S., & Neme, C. M. B. (2008). Resiliência: análise das publicações no período de 2000 a 2006. Psicologia: ciência e profissão, 28, 754-767.
Osborne, R., Belmont, R. (2018). Contribuições do Esporte e da Educação Física para um mundo melhor. In: BENTO, Jorge Olímpio. et al (Orgs). Cuidar da Casa Comum: Da natureza, da vida, da humanidade. Oportunidades e responsabilidades do Desporto e da Educação Física. Casa da Educação Física. 2. p.111 – 120.
Ribeiro, S. P., & Couto, A. C. P. (2022). Professional Training in Educational Sports in Brazil: The Collaborating Teams of the Programa Segundo Tempo (PST)–Federal Government. Research, Society and Development, 11(1), e0311124269-e0311124269.
Rozemberg, L. B. (2013). Resiliência na adolescência: uma reflexão sobre o potencial de superação de problemas em meninos e meninas. 107f. Dissertação (Mestre em Ciências na área de Saúde Pública) – Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2013.
Sabbag, P. Y. (2012). Resiliência: Competência para enfrentar situações extraordinárias na sua vida profissional. São Paulo, Elsevier.
Santos, L. C., & Silva, C. A. F. D. (2022). Consequências da violência armada carioca para as aulas de educação física. Movimento, 26.
Silva, L. T., de Jesus, L. F., Silva, C. V., Couto, A. C. P., & Albuquerque, M. R. (2013). Esporte e Lazer no Programa Minas Olímpica Geração Esporte–FHA: Espaços e Apropriações. LICERE-Revista do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer, 16(3).
Silva, M. L. F. (2019). Resiliência integral e juventudes periféricas: análise da experiência formativa no campo educacional. 169f. Dissertação (Mestre em Educação) - Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal de Pernambuco, Recife.
Silva, C. A. F. D., Lopes, J. P. S. R., & Araújo Netto, J. D. (2010). Educação física, desenvolvimento e inovação: o argumento da hélice tríplice. Motriz: revista de educação física, 16, 995-1005.
Silva, O. M., & Silva, C. A. F. (2013). Boxe e Rede Solidária no Morro do Vidigal. Costa, Claudia Freitas Lopes & Silva, Carlos Alberto Figueiredo. (Orgs) FavelaSport: Estudo sobre o fenômeno esportivo em comunidades do Rio de Janeiro. UNISUAM. p. 32 – 67.
Silva, O. M. D., & Silva, C. A. F. D. (2014). Desenho da rede de um projeto esportivo social: atores, representações e significados. Revista brasileira de educação física e esporte, 28, 415-428.
Silveira, J. (2013). Considerações sobre o esporte e o lazer: entre direitos sociais e projetos sociais. LICERE-Revista do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer, 16(1).
Steigleder, M. L., Silva, C. A., Rangel, M., & Santos, R. F. D. (2018). Alianças Intersetoriais e Projetos Esportivos Sociais No Brasil: Um Estudo De Caso na Cidade de Niterói. Revista Intercontinental de Gestão Desportiva-Rigd, 8(3), 109-122.
Steigleder, M. L., Dos Santos, R. F., & Da Silva, C. A. F. (2020). Sport as a vehicle for socio-educational transformation: a study of the Fernanda Keller Project. Motriz: Revista de Educação Física, 26.
Tavares, M. C. G. C. F. (2003). Imagem Corporal: Conceito e Desenvolvimento. Barueri, Manole.
Teixeira, E. C. (2016). Resiliência e Vulnerabilidade Social: Uma perspectiva para a educação sociocomunitária da adolescência. Petrópolis, Vozes.
Tubino, M. J. G. (2011). Dimensões Sociais do Esporte. Cortez.
Vianna, J. A., & Lovisolo, H. R. (2011). A inclusão social através do esporte: a percepção dos educadores. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, 25, 285-296.
Werner, E. E. (2005). Resilience and recovery: Findings from the Kauai longitudinal study. Focal Point: Research, Policy, and Practice in Children’s Mental Health, 19(1), 11-14.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Luciana Bernardes Vieira de Rezende Hersen Monteiro; Carlos Alberto Figueiredo Silva; Renata Osborne; Carla Isabel Paula da Rocha Araújo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.